Em declarações à agência Lusa, Óscar Felgueiras, matemático especialista em epidemiologia da Universidade do Porto, afirmou hoje que “a situação na região Norte, em particular, tem estado muito estabilizada”.
“No Norte, a incidência tem estado relativamente estabilizada, com 60 casos por 100 mil habitantes durante o último mês e meio”, salientou.
O especialista, que fazia um retrato da atual situação pandémica no país, disse à Lusa não existir “absolutamente nenhuma evidência de qualquer impacto” na região no decorrer dos festejos da final da Liga dos Campeões, que decorreu em 29 de maio, no Estádio do Dragão, no Porto.
“Em termos do índice de transmissibilidade [do coronavírus SARS-CoV-2] não é visível nada”, disse, acrescentando que, no decorrer da testagem que foi feita posteriormente ao evento a funcionários de estabelecimentos do Porto e forças de segurança, “só foi encontrado um caso [positivo] em todos os rastreios”.
“Não há evidência de impacto, o que não quer dizer que entre os adeptos não tenha havido transmissão, aliás, existem casos detetados, mas provavelmente funcionaram como bolha que não se alastrou aos portugueses”, referiu.
Já quanto aos festejos da Taça de Portugal em Braga, o especialista afirmou que o máximo do RT foi “atingido precisamente na altura” das comemorações, mas que o impacto foi “pontual”.
“Relativamente à situação de Braga, concretamente, não posso excluir a hipótese de ter havido impacto. Provavelmente pode ter tido algum impacto a nível local, no concelho, mas de uma dimensão que não é comparável e que estabilizou rapidamente”, afirmou.
Também em relação ao concelho de Vale de Cambra (distrito de Aveiro), Óscar Felgueiras afirmou que o mesmo “teve recentemente uma descida de novos casos” de infeção pelo SARS-CoV-2, e que a incidência se fixa agora “abaixo dos 70 novos casos por 100 mil habitantes”.
LUSA/HN
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