“O grupo parlamentar do Partido Socialista propõe que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores aprove um voto de saudação pela devota e determinada ação de todos os docentes no exercício da sua profissão, não permitindo assim, e em tempo algum, que a pandemia Covid-19 alguma vez se aproprie do futuro das nossas crianças e jovens”, leu o deputado socialista Rodolfo Franca.
O voto, aprovado por unanimidade, destaca o “altruísmo” dos professores no auxílio a centenas de crianças e de jovens “na construção de um futuro melhor”, sublinhando que a pandemia não desviou o foco dos docentes, apesar das “acrescidas dificuldades”.
“É elevada a devastação pandémica, onda dinâmica destruidora não só do nosso bem-estar físico, como do nosso bem-estar mental e social. E o quanto têm agarrado as firmes mãos do professor. Não mensurável, desde logo porque invisíveis, mas sobre elas pousado um passado a lembrar para com ele aprender, um presente a agarrar para nem tudo perder e um futuro a traçar, prometedor e capaz de nos devolver a felicidade”, salientou Rodolfo Franca.
O deputado Pedro Pinto, do CDS-PP, considerou que com este voto o parlamento açoriano saúda também “todos aqueles que trabalhando nas escolas e não são docentes, neste período de pandemia, possibilitaram que as escolas se mantivessem em funcionamento”.
O centrista destacou, por outro lado, “o combate à precariedade dos professores” e o anúncio da “redução do número de alunos por turma”, alegando que “são uma classe profissional essencial ao presente e ao futuro da região”.
Também Rui Espínola, do PSD, realçou a “enorme resiliência”, a “enorme luta” e a “capacidade de inovação constante” dos professores.
O deputado social-democrata lamentou, no entanto, que a carreira docente tenha sido “desvalorizada” nos últimos anos, com o aumento da precariedade e o congelamento do tempo de serviço, alegando que isso levou a que hoje exista “falta de professores” nas escolas.
António Lima, do BE, lembrou igualmente o “esforço quase sobre-humano” dos docentes para “manter a ligação aos alunos num contexto de pandemia”, para evitar que muitos ficassem com “atrasos significativos” no seu desenvolvimento.
O deputado bloquista alertou para a “necessidade de valorização da carreira” e de “combate à precariedade”, mas disse ter “dúvidas” sobre os resultados da legislação já aprovada nesse sentido.
O executivo açoriano da coligação PSD-CDS-PPM tomou posse em novembro de 2020, depois de 24 anos de governação do PS.
Os Açores têm atualmente 320 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, dos quais 308 em São Miguel, 10 na Terceira e dois no Faial.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.964 casos de infeção, tendo ocorrido 5.477 recuperações e 33 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 79 pessoas e 51 apresentaram comprovativo de cura anterior.
LUSA/HN
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