“Quase 200.000 doses de vacina COVID-19 foram administradas em Timor-Leste e não temos até agora nenhum caso registado de efeitos secundários graves”, referiu um comunicado conjunto do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Este é um feito incrível para um país que depende principalmente da vacina AZ [AstraZeneca] e é mais uma prova da segurança desta vacina na nossa população”, salientou.
O comunicado sobre a segurança e eficácia da AstraZeneca para combater a Covid-19 surgiu na sequência de recentes posições do Grupo Técnico Consultivo sobre Imunização da Austrália (ATAGI).
A Austrália recomendou a AstraZeneca para maiores de 60, para quem já tenha tomado a primeira dose dessa vacina, independentemente da idade, e em situações onde vacinas alternativas não estejam disponíveis.
As novas recomendações das autoridades australianas causaram polémica em Timor-Leste. A AstraZeneca é a vacina mais usada em Timor-Leste, que dispõe ainda da vacina chinesa Sinovac.
O comunicado conjunto considerou que a vacinação “continua a ser uma das medidas mais eficazes em resposta ao atual surto de covid-19, reduzindo significativamente o risco de uma pessoa ser infetada, ficar gravemente doente, ser hospitalizada ou morrer” devido à doença.
“À medida que novas informações e provas se tornam disponíveis, estamos também a avaliar continuamente os nossos esforços e respostas. A segurança e proteção contínuas da nossa comunidade são a nossa prioridade em todos os aspetos dos nossos esforços”, indicou.
Neste quadro, a OMS e o Ministério da Saúde timorense reiteraram que se mantém a recomendação de que as vacinas das AstraZeneca “são consideradas seguras e eficazes para uso geral” e defenderam que “se continue a administrar a vacina AZ para idades superiores a 18 anos”.
O comunicado reconheceu que na Austrália, como noutros países, “há restrições de idade em vigor, limitando a utilização da vacina AZ entre as faixas etárias mais baixas”, o que leva a recorrer a outras vacinas para o programa de vacinação.
“Em países com elevada transmissão do vírus covid-19, como Timor-Leste, os benefícios da vacinação (impedindo as pessoas de contrair a doença covid-19 grave, hospitalização e morte) ultrapassam de longe o risco raro de contrair a Síndrome Trombocitopénica Trombótica (TTS) e a hospitalização e morte devido à TTS”, notou.
“A decisão da Austrália não altera a abordagem de Timor-Leste à vacinação, dada a atual transmissão comunitária e possível introdução de variantes da covid-19. Todos os indivíduos não vacinados em Timor-Leste estão em risco de contrair a doença, e de hospitalização e morte por COVID-19”, sublinhou.
Os dados mais recentes indicaram que, até 23 de junho, foram vacinadas em Timor-Leste com a primeira dose da vacina 127.802 pessoas, ou 23,1% da população com mais de 18 anos. Em Díli, a primeira dose foi administrada a 105.943 pessoas, ou 49,6% da população com mais de 18 anos.
Com a segunda dose há já 24.143 pessoas em Timor-Leste, 3,2% da população, e em Díli, 13.479 (6,3%).
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos 3.893.974 vítimas em todo o mundo, resultantes de mais de 179.516.790 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.079 pessoas e foram confirmados 869.879 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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