Angela Merkel sublinha o papel dos jornalistas durante a pandemia

16 de Maio 2020

A chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou hoje o valor da imprensa crítica contra os totalitarismos, especialmente neste tempo marcado pela pandemia de covid-19, e a necessidade de discernir entre informações verdadeiras e "mentiras".

“Os jornalistas devem poder confrontar um Governo e todos os atores políticos com uma perspetiva crítica”, disse Merkel na sua mensagem semanal aos seus compatriotas, dedicada ao 75º aniversário da imprensa livre que surgiu após a queda do nazismo.

A democracia precisa de “factos e informações” capazes de discernir entre “verdade e mentira” e, ao mesmo tempo, projetar “diferentes perspetivas sobre a realidade e a diversidade de opiniões”, estimou.

Merkel recordou na sua mensagem o aparecimento dos primeiros expoentes da imprensa livre “sob a liderança dos Aliados” depois da capitulação do Terceiro Reich em 08 de maio de 1945.

A líder alemã disse que para certos setores, os médias dão uma opinião tendenciosa sobre a realidade.

“Não vejo assim, muito pelo contrário”, disse Merkel

“Todos os dias aprendemos algo, especialmente da ciência, que nos fornece novos conhecimentos. É absolutamente importante entendê-los e, para isso, temos a oferta dos media, tanto público quanto privado, analógico e digital”, acrescentou.

Merkel concluiu a sua mensagem recordando a situação sob regimes autoritários e lamentou os “ataques que os jornalistas também sofrem em nossa sociedade democrática”.

Nas últimas semanas, houve ataques sucessivos contra equipas da televisão pública alemã e outros profissionais dos media em protestos de diferentes vertentes contra as restrições impostas para interromper a pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Hoje, foram anunciadas marchas contra medidas governamentais em várias cidades alemãs, de Berlim a Munique, Hamburgo e Estugarda.

Concentrações de mais de 50 pessoas não são permitidas na capital, mas em Estugarda o limite é de 5.000 participantes.

Nessas marchas observa-se uma presença crescente de grupos de extrema-direita, misturados com defensores das teorias da conspiração, extremistas de esquerda ou cidadãos que são contra as restrições por diferentes razões, inclusive económicas.

Na Alemanha, a norma do distanciamento físico e social foi imposta contra a pandemia, mas as saídas a dois, assim como o desporto ao ar livre, continuaram a ser permitidos.

Nas últimas semanas, as lojas e as atividades escolares foram reabertas gradualmente, os controlos nas fronteiras foram reduzidos e o turismo interno e a hotelaria começaram a ser ativados.

A Alemanha ocupa a oitava posição no mundo em termos de infeções, depois dos EUA, Rússia, Reino Unido, Espanha, Itália, França e Brasil.

Até ao momento, o Instituto Robert Koch (RKI), competente no assunto no país, verificou 173.772 infeções, das quais 152.600 são pacientes recuperados, enquanto o número de mortes subiu para 7.881.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 304 mil mortos e infetou perto de 4,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

LUSA/HN

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