Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, nas últimas 24 horas o Brasil contabilizou 1.556 óbitos e 57.736 novas infeções, confirmando a tendência de queda nesses indicadores, que é atribuída ao avanço da campanha de vacinação no país, que foi acelerada nas últimas semanas, apesar de ter começado tarde e lentamente.
De acordo com último boletim epidemiológico, a taxa de incidência da covid-19 no Brasil é hoje de 256 mortes e 9.141 casos por 100 mil habitantes. Já a taxa de letalidade permanece fixada em 2,8%.
Apesar do número de casos e óbitos ter diminuído nos últimos 21 dias em cerca de 2% ao dia, “ainda permanece num nível alto”, alertou hoje a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), centro investigação médica de referência no país.
Com uma população de 212 milhões de habitantes, o Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes, depois dos Estados Unidos, e o terceiro com mais casos, antecedido pelos norte-americanos e pela Índia.
Já a nível nacional, São Paulo, o estado mais rico e populoso do Brasil, com 46 milhões de habitantes, é o foco interno da pandemia, concentrando 3.896.083 diagnósticos positivos de Sars-CoV-2 e 133.364 vítimas mortais.
Contudo, pela primeira vez desde dezembro de 2020, quando começou a formar-se a segunda vaga da pandemia, nenhum dos 27 estados brasileiros apresenta uma taxa de ocupação de camas de terapia intensiva (UTI) superior a 90% no sistema público de saúde, informou a Fiocruz em relatório.
Segundo o documento, a menor pressão hospitalar nas últimas semanas é reflexo de “uma nova fase” da pandemia no Brasil, em que, graças à vacinação, diminuiu o número de internações e óbitos entre os grupos de risco, mas, ao mesmo tempo, a transmissão do vírus permanece “intensa” entre os não imunizados.
De acordo com dados oficiais, 40% da população brasileira recebeu a primeira das duas doses que a maioria dos fabricantes de vacinas exige, mas apenas 15% tem o esquema vacinal completo.
Apesar de vacinação no país ter acelerado, o Governo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro, continua a ser investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), por alegadas falhas na pandemia, como supostas irregularidades em contratos de aquisição de vacinas, como a indiana Covaxin.
Nesse sentido, a diretora técnica da Precisa Medicamentos -intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech (que produz a Covaxin) – Emanuela Medrades, negou hoje à CPI que a empresa tenha ofertado doses do imunizante ao Ministério da Saúde por um valor de 10 dólares (8,45 euros) a dose, em novembro de 2020, apesar de o contrato ter sido firmado a 15 dólares (12,6 euros) a dose.
“Posso garantir que não houve nenhuma oferta de 10 dólares por dose e nós, o tempo todo, tentamos que esse produto fosse mais barato para o Brasil”, declarou Emanuela Medrades, acrescentando que as informações da ata da reunião entre o Ministério da Saúde e a Precisa sobre o assunto, em 20 de novembro, são “imprecisas”.
No contrato assinado em fevereiro e intermediado pela Precisa, o Ministério da Saúde concordou em pagar 15 dólares por dose da Covaxin, a mais cara a ser adquirida pelo país. Contudo, as doses nunca foram entregues, o valor não foi pago e o contrato foi suspenso em junho após denúncias de irregularidades nessa contratação.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.053.041 mortos em todo o mundo, entre mais de 187,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
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