Secretário de Estado da Saúde diz que não são necessários mais centros de vacinação, mas mais vacinas

16 de Julho 2021

O secretário de Estado da Saúde afirmou esta sexta-feira não são necessários mais centros de vacinação, mas sim mais vacinas, descartando a hipótese de as farmácias participarem no processo, além de ser sempre necessária a presença de um médico.

Um grupo de 20 médicos e farmacêuticos, entre as quais a bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, defenderam, numa carta aberta hoje divulgada, a criação de uma estratégia para evitar as “erradas medidas de confinamento geral, que permita, entre outras medidas, a “aceleração da vacinação”, envolvendo os agentes da sociedade civil no processo, como as farmácias.

Em declarações à agência Lusa, o secretário da Saúde, Diogo Serra Lopes, afirmou que, neste momento não há utilidade em acelerar o processo de vacinação”, porque o ritmo de vacinação está dependente da chegada das vacinas contra a Covid-19.

“Os centros de vacinação estão a funcionar com um nível de capacidade ainda excedentário” e, como tal, “não há necessidade de encontrar mais locais de vacinação”, vincou.

Deu o exemplo da semana de 05 a 11 de julho em que foram administradas um milhão de vacinas, o que representa 10% da população portuguesa, o que disse ser “um número muito impressionante”.

Já esta semana estão a ser administradas cerca de 100 mil por dia porque “o ritmo de chegada das vacinas diminuiu”, explicou.

“Ou seja, se tivéssemos mais sítios para vacinar não era por isso que teríamos mais vacinas. O que nós precisaríamos era de mais vacinas”, sustentou.

Por outro lado, apontou, a vacinação contra a Covid-19 tem normas específicas da Direção-Geral da Saúde, segundo as quais não é possível dar a vacina nas farmácias porque, por exemplo, exige a presença de um médico para acompanhar o processo e o recobro e isso é algo que “não existe nas farmácias, nem em tantos sítios como isso”.

Diogo Serra Lopes destacou ainda o facto de Portugal continental ter atingido na quinta-feira as 10 milhões de vacinas administradas, das quais cerca de quatro milhões foram segundas doses.

“Nós falámos de um milhão de vacinas administradas em março deste ano e o que é certo é que o processo acelerou de uma forma muito significativa dado que em julho estamos a falar da vacina 10 milhões e, portanto, isso é bom, dentro daquilo que queríamos fazer, mas não estamos ainda no objetivo que desejávamos, porque o ritmo de vacinação está sempre dependente da entrega de vacinas”, afirmou Diogo Serra Lopes.

Contudo, afirmou, “não deixa de ser um marco impressionante” e que aconteceu devido ao “esforço enorme” de todos os profissionais de saúde e todas as estruturas, como as autarquias, que têm ajudado no processo.

Questionado se a suspensão de um lote da vacina da Janssen depois de utentes terem desmaiado após serem vacinados no Centro de Vacinação Covid-19 de Mafra teve algum impacto, afirmou que “tem sempre algum”, mas observou que foi “uma questão de 24 horas”.

“O sistema já está preparado para se adaptar às várias circunstâncias que inevitavelmente vão acontecendo”, disse Diogo Serra Lopes, sublinhando que esta situação demonstrou que o sistema de fármacovigilância está a funcionar.

“Foi uma coisa que desde o início fizemos questão de todos os dias são reportadas como é que corre a vacinação e as reações que existem naturalmente”, referiu, comentando que “não tem nada de diferente daquilo que está a acontecer em todos os locais do mundo”.

“Verificou-se apenas um número mais elevado do que o normal de reações adversas e quis-se ter a certeza de que não havia qualquer problema com a vacina, foi verificado não há nenhum problema coma a vacina, voltámos ao normal”, rematou.

LUSA/HN

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