O estudante, Honoré Shama, foi morto por um polícia que o acusou de não usar máscara enquanto gravava um vídeo na capital da República Democrática do Congo (RDC).
“Oito estudantes foram presos e exigimos a sua libertação incondicional” e outros estão “feridos”, disse à AFP Philippe Kasongo, um estudante da faculdade de literatura.
Os estudantes tentaram várias vezes sair do campus, mas foram impedidos de o fazer pela polícia antimotim.
“Estamos a protestar contra a morte do nosso camarada no sábado por um agente da polícia enquanto ele fazia um trabalho prático. Foi uma marcha pacífica, mas a polícia veio para a reprimir”, disse Daniel, um estudante da Faculdade de Direito, à AFP.
O uso de máscaras é obrigatório, sob pena de uma multa de 10.000 francos congoleses (4,23 euros) na RDC, que enfrenta uma terceira vaga de Covid-19, mas a polícia é regularmente acusada de assédio. O país registou 48.503 casos, com 1.023 mortes, desde março de 2020.
“Dói muito ver um estudante ser morto desta forma por um agente da lei. Ainda estou muito chocado por ver a polícia chegar e reprimir a nossa marcha. Não temos nós o direito de denunciar o assassinato do nosso amigo?”, questionou o estudante.
Várias dezenas de polícias de choque e outros agentes armados foram destacados para o troço de estrada que conduz ao local da universidade, onde todas as entradas foram bloqueadas.
Na área em redor do campus, outros estudantes formaram novos grupos e tentaram continuar a marcha, cantando canções anti-polícia e ordenando a todos os que encontraram que tirassem as suas máscaras.
“Eles estão a matar-nos por causa da máscara, não a vamos usar mais”, disse à AFP um estudante de Direito que pediu anonimato.
“Não queremos ver ninguém a usar os silenciadores”, ordenou ele, enquanto os seus camaradas rasgavam as máscaras dos transeuntes que resistiam.
LUSA/HN
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