Num comunicado enviado às redações, com base em dados fornecidos pelos próprios candidatos ao concurso nacional, a FNAM sustentou que o défice na fixação de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá deixado “cerca de 200 mil utentes” sem um profissional dedicado ao seu acompanhamento.
A falta de médicos de família é especialmente visível na região de Lisboa e Vale do Tejo, que nem conseguiu preencher metade das 230 vagas disponíveis, mas estendeu-se também às regiões do Alentejo (26 vagas) e do Algarve (28), ambas com uma taxa de preenchimento inferior a 60%. Em sentido inverso, o Norte alcançou 100% de preenchimento das 88 vagas disponíveis e a região Centro conseguiu ocupar 85% das vagas.
“A responsabilidade é do Governo, que insiste em não apoiar devidamente o SNS e os seus médicos de família, completamente assoberbados com listas de utentes sobredimensionadas, num contexto em que é necessário conciliar o acompanhamento habitual aos seus utentes com a recuperação da atividade que não se realizou em 2020 e 2021, o atendimento e rastreio de casos suspeitos de covid-19 nas Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios e o apoio nos centros de vacinação”, referiu o sindicato médico.
Sublinhando que esta situação tem “vindo a repetir-se nos concursos anteriores”, a FNAM lembrou a necessidade de “investir diretamente em condições de trabalho adequadas” para os médicos no setor público da Saúde, alertando para o risco de se continuar a perder profissionais com elevados níveis de qualificação.
A terminar, a FNAM vincou a urgência de o Ministério da Saúde retomar as negociações com os diferentes sindicatos médicos “de forma séria e ponderada”.
LUSA/HN
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