Lucro da BioNTech sobe no 1.º semestre, mas cai nos últimos três meses

Lucro da BioNTech sobe no 1.º semestre, mas cai nos últimos três meses

A BioNTech informou hoje que a faturação aumentou entre janeiro e junho para 9.571 milhões de euros, mais 30,1%, após o aumento da venda de vacinas contra a Covid-19.

“Durante o primeiro semestre alcançámos marcos importantes e fortalecemos ainda mais a nossa liderança com a vacina contra a Covid-19”, disse o presidente e fundador da BioNTech, Ugur Sahin.

A empresa biotecnológica alemã, que desenvolveu e comercializou com a norte-americana Pfizer a sua vacina contra a Covid-19 baseada na tecnologia de ARN mensageiro, prepara-se para lançar duas vacinas adaptadas às variantes Ómicron BA.1 e BA.4. /5.

A BioNTech prevê poder administrar em outubro as vacinas adaptadas à variante Ómicron, uma vez obtidas as autorizações dos reguladores.

O lucro líquido da empresa alemã recuou no segundo trimestre para 1.672 milhões de euros, menos 40% em comparação com o período homólogo, e as receitas ficaram em 3.196,5 milhões de euros, menos 39,8%.

Esta queda foi provocada por atrasos nas encomendas de vacinas contra a Covid-19 que criaram flutuações nas receitas no segundo trimestre, que se devem prolongar ao longo do ano, mas no quarto trimestre aumentará a procura de vacinas adaptadas à Ómicron.

A BioNTech prevê atingir em 2022 uma faturação entre 13 mil e 17 mil milhões de euros com a vacina contra a Covid-19, devido a esse aumento da procura nos últimos três meses do ano.

LUSA/HN

Pfizer pede aos Estados Unidos autorização de quarta dose para seniores

Pfizer pede aos Estados Unidos autorização de quarta dose para seniores

Atualmente, os Estados Unidos promovem a aplicação de duas primeiras doses, seguidas de uma terceira, alguns meses depois, para todos os maiores de 12 anos.

O quarto reforço seria dirigido apenas a quem tem mais de 65 anos, a população que tem sido mais afetada pela pandemia.

A Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, a par dos Centros de Controlo de Doenças, teriam de aprovar este pedido da Pfizer.

Enquanto as autoridades dizem que as vacinas continuam a ser uma boa proteção para a doença severa, não tem tido tanto efeito para evitar infeções mais ligeiras, nomeadamente as provocadas pela mutante Ómicron.

Com o número de infeções a baixar após a forte onda da Ómicron, os especialistas estão a começar a olhar para o futuro, e a tentar traçar os próximos passos necessários para o eventual surgimento de uma nova variante.

Em declarações à CBS, o presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, revelou os planos da farmacêutica: “A proteção que estão a obter da terceira dose é muito boa para prevenir hospitalizações e mortes. Mas não é tão boa contra as infeções. Nós estamos a entregar estes dados à FDA para serem avaliados, e depois também queremos saber o que dizem os especialistas fora da Pfizer”.

A necessidade de uma terceira dose tornou-se clara quando as autoridades de saúde perceberam que a eficácia das vacinas diminuía passados seis meses, sobretudo no caso da variante Ómicron.

Muitos cientistas defendem que o objetivo principal da vacinação é prevenir doenças graves, não as infeções ligeiras.

Até agora, nos Estados Unidos, a quarta dose é recomendada unicamente para as pessoas com sistemas imunitários severamente debilitados, e que precisaram mesmo de três doses anteriores para aumentarem as suas possibilidades de obterem proteção contra o vírus.

LUSA/HN

BioNTech vai enviar fábrica móvel de vacinas mRNA para África este ano

BioNTech vai enviar fábrica móvel de vacinas mRNA para África este ano

“A questão era: Será que conseguimos tornar o processo de fabrico tão compacto que caiba num contentor”, explicou à agência France-Presse o presidente e cofundador da empresa alemã, Ugur Sahin.

O laboratório, pioneiro na tecnologia do RNA mensageiro, concebeu dois módulos de doze contentores no total, um para fabricar o mRNA e outro para finalizar o soro da vacina, que deve então ser colocado em frascos noutro lugar.

Esta fábrica móvel, batizada de “BioNTainer”, será enviada para o Ruanda ou o Senegal, ou talvez para os dois países, “no segundo trimestre” de 2022, devendo as primeiras doses estar disponíveis 12 meses depois.

Abrir uma fábrica convencional deste tipo demora atualmente três anos.

A África do Sul poderá “eventualmente” juntar-se mais tarde à rede de produção, admite a BioNTech.

Os módulos foram hoje apresentados no principal local de produção de mRNA da BioNTech, em Marburgo, no centro da Alemanha.

Com menos de 12% da população totalmente vacinada, África é o continente com menor cobertura vacinal contra a Covid-19.

Segundo Sahin, cuja empresa vendeu milhares de milhões de doses da vacina que desenvolveu com a Pfizer, o projeto agora revelado insere-se num esforço da BioNTech de “colocar unidades de produção da tecnologia mRNA em todos os continentes”.

Uma vez que a produção da vacina requer cerca de 50.000 etapas, que devem ser respeitadas minuciosamente, “a ideia é padronizar o contentor, validar o processo antecipadamente”, antes de o instalar, explicou o responsável.

Inicialmente a fábrica será operada por funcionários da BioNTech, que deverão depois formar especialistas locais a fim de “transferir a fábrica a médio ou longo prazo”, segundo um comunicado da empresa, que se tornou em menos de dois anos um dos principais atores da indústria farmacêutica mundial.

Esta iniciativa constitui uma transferência de alguma tecnologia, mas não equivale ao levantamento de patentes exigido por alguns países em desenvolvimento e organizações não-governamentais.

LUSA/HN

Publicação revela oposição da BioNTech à produção de vacinas em África

Publicação revela oposição da BioNTech à produção de vacinas em África

Segundo o artigo publicado conjuntamente com o jornal alemão Die Welt, a Fundação kENUP, uma consultora contratada pelo laboratório, alegou que o centro de transferência de tecnologia da Organização Mundial de Saúde (OMS), sediado na África do Sul e que está a tentar criar uma vacina contra o SARS-CoV-2 através da tecnologia mRNA para ser fabricada por empresas africanas, tem poucas probabilidades de sucesso e vai infringir as patentes.

Documentos obtidos pelo The BMJ evidenciam a promoção pela kENUP do plano da BioNtech para enviar fábricas de mRNA em contentores marítimos da Europa para África, além de sugerir uma nova via regulamentar de aprovação das vacinas destas fábricas. Num documento enviado ao governo sul-africano após visitar o país, em agosto de 2021, a kENUP afirmou que a atividade do centro deveria ser interrompida por receios de infração de patentes.

O ‘Medicines Patent Pool’, responsável pela propriedade intelectual e elementos de licenciamento do centro, disse que estas alegações não são verdadeiras. Por sua vez, a advogada e defensora de saúde pública Ellen ‘t Hoen argumentou que a BioNTech deveria ser considerada responsável pelas ações da consultora.

Esta oposição da kENUP pode colocar em risco a iniciativa de África apoiada pela OMS com vista ao aumento da produção africana de vacinas que salvam vidas de 1% para 60% até 2040 e, assim, contribuir para a diminuição das assimetrias na distribuição das vacinas.

Questionada sobre a situação, a fundação evitou abordar as alegações, embora tenha declarado estar “empenhada na colaboração global na luta contra as doenças infecciosas” e que “sempre se coordenou com importantes organizações intergovernamentais, tais como a OMS e o CDC [Centro de Controlo de Doenças, na sigla em inglês] de África”.

Visão semelhante foi partilhada pela BioNTech, ao referir que os seus planos para estabelecer o fabrico de vacinas de tecnologia mRNA no continente africano “serão feitos em estreito alinhamento com a OMS, a União Africana e o CDC africano”. A publicação indica que estes planos incluem ainda o envio de pessoal da BioNtech, com o licenciamento das fábricas a estar a cargo da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em vez dos reguladores locais.

Para rebater a visão defensora de uma nova regulamentação, a Agência Africana de Medicamentos foi ratificada em 2021 com o objetivo de harmonizar a regulamentação no continente. O laboratório instalado na África do Sul foi inspecionado pela OMS, que reconheceu a sua capacidade para efetuar os testes considerados necessários.

O centro de transferência de tecnologia da OMS, lançado em junho de 2021, utiliza informação publicamente acessível para recriar a vacina desenvolvida pela Moderna, a fim de ensinar empresas e cientistas de todo o continente a utilizar a tecnologia do mRNA. Se for conseguido o desenvolvimento de uma vacina comparável, com êxito nos respetivos ensaios clínicos e a aprovação dos reguladores, então irá avançar o fabrico industrial.

LUSA/HN

Lucro da farmacêutica Sanofi recua 49,4% em 2021 para 6.223 ME

Lucro da farmacêutica Sanofi recua 49,4% em 2021 para 6.223 ME

A Sanofi explica que os resultados do grupo farmacêutico, descontada esta operação extraordinária, “melhoraram significativamente” devido ao aumento das vendas e da rentabilidade do negócio.

A faturação homóloga cresceu 4,8% em valores brutos e 7,1% em valores comparáveis, respetivamente, para 37.761 milhões de euros, explicou a farmacêutica em comunicado.

É ainda referida a contribuição do seu “medicamento estrela”, Dupixent, usado para a asma e em algumas dermatites, que lhe rendeu 5.200 milhões de euros, quase mais 35% que no ano anterior.

A margem bruta, por sua vez, aumentou 6,6% para 26.924 milhões de euros, passando a representar 71,3% do volume de negócios, face aos 70,1% do ano precedente, lê-se no comunicado.

Quanto à margem líquida gerada pelas suas atividades, a Sanofi revelou que aumentou em 1,3 pontos percentuais para 28,4%.

No quarto trimestre do ano passado, o lucro da Sanofi cresceu 6% para 1.131 milhões de euros e a faturação subiu 6,5% em dados absolutos e 4,1% valores equivalentes, situando-se em 9.994 milhões.

A administração propôs o pagamento de um dividendo de 3,33 euros por ação em 2021, o que representa mais 4,1% face ao ano anterior.

Sobre as perspetivas para este ano, a farmacêutica antecipa um aumento de dois dígitos do lucro líquido por ação, apesar de ter indicado um intervalo de variação mais baixo para este indicador financeiro.

A Sanofi está atualmente a produzir vacinas de outros grupos farmacêuticos contra a Covid-19, especificamente da BioNtech/Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson.

Até o final de dezembro do ano passado tinha fabricado 100 milhões de doses, prometendo produzir até 500 milhões.

Em simultâneo, o grupo francês continua a trabalhar no fabrico da sua própria vacina, em colaboração com a GSK, depois de ter abandonado o desenvolvimento de uma vacina com tecnologia ARN.

O seu projeto de vacina, cujo lançamento no mercado foi adiado várias vezes, está na fase III dos ensaios clínicos, esperando-se que os resultados sejam divulgados no primeiro trimestre deste ano.

LUSA/HN