21/10/2022
“Quando vim pela primeira vez à China, lembro-me de sentir a euforia de estar num mundo repleto de possibilidades”, contou Jaime Orellana, que chegou ao país asiático em 2009, à agência Lusa. “Tudo o que podias imaginar era possível construir aqui”.
Orellana começou por abrir um hotel no centro de Pequim e, nos últimos anos, trabalhou com uma agência que organizava viagens para executivos. Ele viveu mais tempo na China do que no México, o seu país de origem.
Este mês, empacotou roupas, livros e objetos coleccionados ao longo da última década, organizou uma festa de despedida e, no dia seguinte, partiu de Pequim num voo só de ida.
“Aquela Era chegou ao fim”, descreveu.
A partida de Orellana faz parte de um êxodo acelerado de estrangeiros da China, à medida que a política de ‘zero casos’ de Covid-19 ditou o encerramento das fronteiras e transformou a vida no país numa sequência de bloqueios e quarentenas.
As empresas estrangeiras apontam também para alterações profundas na China, que, sob a governação do Presidente Xi Jinping, devolveu ao Partido Comunista Chinês (PCC) o papel de líder político, económico e social, em detrimento do setor privado e sociedade civil – uma reversão da trajetória do país desde que o ex-líder Deng Xiaoping lançou o período de “reforma e abertura”, em 1978.
Xi deve assegurar, esta semana, um terceiro mandato como secretário-geral do PCC, durante o 20º Congresso da organização. Os estrangeiros a residir no país esperavam que, a seguir ao evento, a China relaxasse as restrições, semelhante ao que foi feito no resto do mundo. No entanto, a liderança chinesa afirmou já que a estratégia é “sustentável” e “deve ser mantida”.
Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, apontou para um “reajuste completo” da visão que as empresas europeias têm do país. “As empresas enfrentam cada vez mais um ambiente em que a ideologia se sobrepõe à economia”, descreveu.
Para Wuttke, a política de ‘zero casos’ incorpora o “afastamento da China do resto do mundo”, algo que se verifica também nos planos industriais e para o setor tecnológico de Pequim, à medida que a rivalidade com os Estados Unidos se intensifica.
“Vivo na China há 40 anos e nunca vi nada assim”, observou o empresário.
A câmara de comércio estimou que pelo menos metade dos expatriados europeus deixou o país desde o início da pandemia, prevendo uma aceleração desta tendência.
Jay Ahn, fundador da For Teach Recruiting, agência de recrutamento de professores estrangeiros para escolas internacionais com sede no sul da China, identificou “perda de esperança” entre os expatriados. “Estamos no terceiro ano da pandemia e parece que a tendência é para piorar”, explicou à Lusa.
Ahn destacou dois eventos este ano como a “’gota de água que fez o copo transbordar’ para muitos estrangeiros”: os bloqueios de Xangai, a mais cosmopolita cidade da China, e de Sanya, o destino favorito para turismo de sol e mar no país.
A implementação dos bloqueios na China é altamente rigorosa. Os residentes podem ficar durante meses impedidos de sair de casa. Relatos sobre escassez de alimentos e de bens de primeira necessidade são frequentes. A estratégia obriga também ao isolamento de todos os casos positivos, incluindo assintomáticos, em centros de quarentena – instalações improvisadas, com as camas distribuídas num espaço comum, sem chuveiros, e com uma casa de banho para centenas ou até milhares de pessoas.
Em julho passado, George Ihan, um britânico de origem turca, viajou para Sanya para “desanuviar”, após o bloqueio de dois meses de Xangai, mas, ao fim de três dias, acabou retido na cidade balnear, com a mulher e dois filhos, após as autoridades locais terem detetado ali um surto.
“Nós decidimos sair de Xangai depois do fim do bloqueio, mas agora estamos arrependidos, frustrados e zangados”, descreveu então à Lusa. “Isto aniquila qualquer sensação de liberdade”, disse.
Iham disse “gostar muito” de viver na China, mas admitiu que “nos últimos 3 anos, as restrições tornaram-se desconfortáveis”.
“Acho que as pessoas se começam a questionar se esta é a política certa”, resumiu.
LUSA/HN
01/08/2022
A medida inclui turistas que requerem vistos, incluindo chineses, bem como estudantes internacionais, disse o Governo em comunicado.
A Nova Zelândia começou a reabrir progressivamente as fronteiras em fevereiro, mas inicialmente apenas os cidadãos que regressavam do estrangeiro foram autorizados a entrar no país ao abrigo de um esquema governamental.
A partir de hoje, porém, todos os visitantes são autorizados a entrar, mas apenas na condição de apresentarem um certificado de vacinação ou uma isenção aprovada.
LUSA/HN
14/04/2022
No caso da permissão de entrada de gestores de instituições de ensino e de professores, as autoridades fizeram questão em dar como exemplo que esta medida abria a porta à entrada de docentes portugueses.
“É uma notícia que recebo com muito agrado. Embora já se estivesse a tentar colmatar a saída de alguns professores através da contratação local, havia dificuldades [para a contratação] em outros grupos disciplinares, pelo que é importante”, disse à agência Lusa o diretor da escola Portuguesa de Macau, Manuel Machado.
As autoridades indicaram ainda que este regime excecional inclui igualmente estudantes universitários estrangeiros.
Em entrevista à Lusa no início deste mês, o reitor da Universidade de São José, já afirmara ser “terrivelmente importante (…) regressar aos países” onde a instituição estava “a recrutar fortemente, na Ásia, em África e na Europa e trazer estudantes” para Macau.
O responsável alertou mesmo que a universidade “ou é um local onde Portugal, o mundo lusófono e a China interagem, ou não é nada. Não tem qualquer outra verdadeira identidade”.
O programa-piloto abrange ainda a entrada de trabalhadores não-residentes de nacionalidade filipina.
Uma resposta das autoridades à escassez de trabalhadores domésticos, justificada hoje pelo facto da maioria dos trabalhadores não-residentes serem oriundos das Filipinas (à exceção da China continental) e daquele país possuir um credível registo de vacinação, exigida à entrada de Macau, para além de uma quarentena de 14 dias num hotel a ser paga pelos empregadores.
Macau, que apenas registou 82 casos desde o início da pandemia, tem mantido fortes restrições fronteiriças desde o início de 2020, proibindo a entrada de estrangeiros, apostando numa política de ‘zero casos’ de Covid-19.
A Covid-19 provocou mais de seis milhões de mortos em todo o mundo desde o início da pandemia.
A doença é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
05/04/2022
“A contar de (sábado) 09 de abril, todas as restrições sobre os voos regulares e a baixo custo entre a Federação Russa e 52 países vão ser levantadas”, indicou em comunicado o regulador da aviação russo, Rossaviatsia.
Segundo este órgão, o primeiro-ministro russo, Mikhail Michoustine, considerou que “a taxa de incidência está em vias de baixar, o que significa que é tempo de alargar os destinos disponíveis para as companhias aéreas russas”.
Esta decisão, que ocorre antes da época turística alta, incide sobretudo sobre Índia, China e Argentina, especificou Michoustine, citado no comunicado.
Esta medida é tomada quando numerosos países ocidentais interromperam as suas ligações aéreas com a Federação Russa por esta ter invadido a Ucrânia.
A Federação Russa é um dos Estados mais afetados pela pandemia, com mais de 370 mil mortos e 18 milhões de infetados, segundo as estatísticas oficiais, largamente subestimadas.
LUSA/HN
04/04/2022
As pessoas que tenham sido infetadas com o novo coronavírus podem viajar para Macau desde que apresentem três testes de antígeno ou ácido nucleico, todos negativos, realizados com pelo menos 24 horas de intervalo, de acordo com um anúncio oficial divulgado no domingo à noite pelos Serviços de Saúde locais.
A medida entra em vigor a partir das 00:00 de terça-feira, com base na hora de embarque local, ao abrigo da Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis.
Até agora os indivíduos que tinham tido Covid-19 apenas podiam embarcar em aviões civis com destino a Macau, no mínimo, dois meses após a manifestação da doença ou o primeiro teste da covid-19 com resultado positivo, tendo ainda de apresentar um certificado de recuperação da Covid-19.
Qualquer passageiro que embarque para Macau no estrangeiro tem ainda de apresentar um certificado de vacinação completa, incluindo uma dose de reforço caso tenham recebido a segunda dose há mais de sete meses.
A região administrativa especial não permite a entrada de não vacinados, à exceção de quem vem da China continental.
No entanto, os Serviços de Saúde admitiram que, no sábado, chegaram à cidade duas pessoas que conseguiram embarcar num voo de Singapura “sem apresentar o certificado de vacinação exigido ou relatório de teste de ácido nucleico negativo”.
Uma das pessoas foi considerada um caso de importado de infeção assintomática e a outra um caso de recaída.
Os Serviços de Saúde disseram que, “através da Autoridade de Aviação Civil, emitiram um aviso às companhias aéreas e farão o acompanhamento adequado”.
Macau fechou as fronteiras a estrangeiros em Março de 2020 e os residentes que chegam de zonas consideradas de risco elevado são obrigados a cumprir, no mínimo, 14 dias de quarentena em hotéis designados pelas autoridades.
Macau, um dos primeiros territórios a ser atingido pela pandemia, registou até à data 82 casos de Covid-19. A cidade não regista casos assintomáticos.
A Covid-19 é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN