09/05/2023
“Em 2021 e 2022, o HDES já pagou cerca de 16 milhões de euros a fornecedores”, disse a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, durante uma sessão de perguntas no parlamento regional, reunido na Horta, admitindo que “há ainda um caminho a percorrer”, no sentido da regularização da dívida.
A governante, que integra o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, indicou que a herança deixada pelo anterior governo socialista era de “145 milhões de euros”, a 31 de dezembro de 2020.
A questão foi levantada por Nuno Barata, deputado da Iniciativa Liberal, no âmbito de uma sessão de perguntas sobre os problemas verificados em São Miguel, a maior ilha dos Açores, referindo-se, em especial, ao acesso aos cuidados de saúde e ao pagamento de dívidas a fornecedores.
“Qual é o prazo de atraso nas faturas do HDES em relação a fornecedores?”, perguntou o parlamentar liberal, adiantando que há empresários que dizem que “desde 2020 têm faturas atrasadas”, que continuam, atualmente, ainda por pagar.
Célia Pereira, deputada socialista, criticou, por outro lado, a falta de investimento do atual governo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), em matéria de recursos humanos, na ilha de São Miguel, não apenas no setor das Saúde, mas também em outras áreas sociais.
“Faltam técnicos e recursos no terreno. Falta um trabalho integrado e articulado entre os atores locais, faltam políticas sociais e sócio-sanitárias inovadoras e adequadas que São Miguel e os seus territórios prioritários, enfrentam”.
A secretária regional da Saúde garantiu que a taxa de cobertura de médicos de família aumentou na maior ilha dos Açores, desde que o atual governo de direita assumiu funções na região, passando de 85% para 95% em apenas dois anos e meio.
António Lima, do Bloco de Esquerda, entende que o executivo devia também investir na modernização dos centros de saúde da ilha, que considera “estarem na mesma”, a necessitar de “forte investimento” em matéria de conservação das infraestruturas.
José Pacheco, do Chega, manifestou preocupação com a dificuldade sentida por muitas famílias micaelenses, no acesso à habitação própria, devido à especulação imobiliária, resultante, em parte, do grande crescimento do setor turístico na ilha.
“Um casal que ganha o ordenado mínimo, neste momento, não consegue ter acesso ao crédito à habitação. Não conseguem comprar uma casa a um preço justo, a um preço que eles consigam pagar!”, lamentou José Pacheco, adiantando que esse problema constitui, hoje em dia, “um drama” para muitas famílias.
Pedro Neves, do PAN, criticou também a preferência que é dada aos turistas que visitam São Miguel, em detrimento da população residente, dando como exemplo os navios de cruzeiro, que têm prioridade no desembarque no porto de Ponta Delgada, enquanto os navios que transportam cereais têm de aguardar ao largo do porto, para poderem descarregar.
Délia Melo, deputada do PSD, referiu-se aos problemas verificados no setor da Educação, em concreto ao aumento do quadro de pessoal das escolas protagonizado pelo governo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que permitiu garantir mais estabilidade entre professores e maior sucesso educativo.
Paulo Estêvão, do PPM, contestou o discurso “populista”, “demagógico” e “falso” que o deputado do IL trouxe ao parlamento sobre a ilha de São Miguel, lembrando que a maior ilha dos Açores é também “a locomotiva” do arquipélago, cuja população “não se revê” neste tipo de “ataques”.
Nuno Barata considera que a “locomotiva” responsável pelo crescimento dos Açores “tem arrastado vagões cada vez mais pesados”, numa alusão às restantes ilhas do arquipélago, que, alegadamente, crescem “à custa” de São Miguel, visam que é criticada, porém, por Rui Martins, do CDS.
“A locomotiva do senhor deputado Nuno Barata está desejosa de largar vagões por essa linha fora”, ironizou o parlamentar centrista, lamentando que, para a representação parlamentar do IL, “o arquipélago seja apenas São Miguel! O resto, é paisagem!”
LUSA/HN
08/05/2023
“As câmaras hiperbáricas estão disponíveis e acessíveis ao público e aos utentes sem qualquer impedimento, pese embora a necessidade de certificação das mesmas”, admitiu a Secretaria Regional da Saúde e Desporto, em comunicado enviado à Lusa, adiantando que a tutela “iniciou já um processo de apoio aos hospitais”, com vista a resolver o problema.
Em causa estão as câmaras hiperbáricas dos hospitais do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, e do Hospital da Horta, no Faial, que perderam a certificação que ostentavam, embora continuem a ser utilizadas, e também um equipamento semelhante instalado no Centro de Saúde de Santa Cruz das Flores, que só era utilizado pontualmente.
Segundo apurou a Agência Lusa, a empresa alemã que montou as câmaras hiperbáricas nos Açores exige 340 mil euros por cada certificação, valor que as administrações hospitalares consideram ser “incomportável”, embora os tratamentos com este tipo de equipamento não tenham sido, entretanto, suspensos.
“Importa, no entanto, ressalvar que o apoio efetivo e integral aos utentes em contexto hiperbárico está garantido, assim como a qualidade e a segurança da prática profissional que tais situações exigem”, assegura a mesma nota do executivo açoriano.
O gabinete da secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, lembra ainda que as câmaras hiperbáricas de Ponta Delgada e da Horta “estão em pleno funcionamento” e que os profissionais de saúde que operam com estes equipamentos, estão “devidamente credenciados” para trabalharem com estes sistemas, e fazem-no “sem quaisquer problemas de natureza técnica”.
“Os médicos, técnicos e enfermeiros têm um conhecimento claro e nítido de todas as normas de segurança para os destinatários dos cuidados, para os profissionais e respetivos equipamentos, assim como dos protocolos de atuação, dos efeitos terapêuticos e adversos da oxigeno-terapia hiperbárica, do manuseamento e funcionamento da câmara hiperbárica como dispositivo clínico no tratamento, nomeadamente de feridas”, refere ainda o esclarecimento do Governo.
Quanto à câmara hiperbárica das Flores, oferecida pelo Clube Naval da Horta para dar apoio aos praticantes de mergulho no Grupo Ocidental dos Açores, está inoperacional há vários anos, e apenas era utilizada, pontualmente, por um médico do Hospital da Horta, quando se deslocava àquela ilha.
A sala onde o equipamento estava montado, junto à morgue do Centro de Saúde, foi, entretanto, transformada em armazém e arquivo.
As câmaras hiperbáricas permitem estimular o crescimento de células e aumentar a circulação sanguínea, através da introdução de grandes quantidades de oxigénio, em ambiente de pressão atmosférica mais elevado do que o normal.
Estes equipamentos são utilizados, por exemplo, no tratamento de feridas que não cicatrizam e também em situações de anemia grave, embolia pulmonar, queimaduras, envenenamento, descompressão e gangrena, entre outros.
LUSA/HN
06/02/2023
A indicação da nova administradora, nascida em 25 de março de 1976 (46 anos), foi divulgada em comunicado pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) após uma reunião do Conselho do Governo, realizada em Ponta Delgada na quinta-feira.
Em 02 de dezembro de 2022, a presidente do HDES, Cristina Fraga, demitiu-se na sequência da demissão de 21 dos 25 diretores de serviços, que denunciaram problemas nas escalas da unidade.
Já perto do Natal, o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, indicou que o hospital estava a funcionar “normalmente”, com as escalas da urgência já garantidas para janeiro e com a retirada dos pedidos de demissão por parte dos diretores de serviço.
Em novembro, cerca de 400 médicos da região (191 do Hospital do Divino Espírito Santo) tinham manifestado indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas de trabalho extraordinário obrigatórias por lei, reclamando um pedido de desculpas do vice-presidente do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
Artur Lima (CDS-PP) tinha afirmado em 11 de novembro que os médicos “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados.
Segundo informação divulgada pelo Governo Regional, Manuela Gomes de Menezes é desde 2018 docente convidada na Universidade dos Açores, lecionando nas áreas de Economia, Gestão, Turismo e Relações Públicas.
Desde o mesmo ano é economista consultora na MM Business Consulting e sócia e ‘business developer’ da empresa de biotecnologia Azores Life Science.
Foi coordenadora geral da associação de solidariedade social Mãe de Deus, que, entre outras valências, gere seis lares de acolhimento de crianças e jovens em risco.
Licenciada em Economia pela Universidade Nova de Lisboa e em Psicologia pela Universidade dos Açores, a nova administradora hospitalar fez também o mestrado na academia do arquipélago (Ciências Económicas e Empresariais, especialização em Gestão de Recursos Humanos) e frequentou uma pós-graduação na área de Recursos Humanos na universidade norte-americana de Harvard.
Em setembro passado iniciou o doutoramento em Ciências Económicas e Empresariais nos Açores.
Além de Manuela Gomes de Menezes, o Conselho do Governo nomeou Sandra da Conceição Silva para presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM).
De acordo com a informação disponibilizada pelo Governo Regional, Sandra Silva, nascida em 04 de dezembro de 1975 (47 anos), é já vogal executiva desta administração, tendo desempenhado várias funções na USISM.
Tem formação em Enfermagem, inclusive Enfermagem Comunitária, pela Universidade dos Açores, e possui o título de especialista do Ensino Superior nesta área. Tem um mestrado em Ciências de Enfermagem pela Universidade do Porto.
LUSA/HN
02/02/2023
O secretário regional da Saúde e do Desporto, Clélio Meneses, referiu que o serviço de atendimento urgente em Ponta Delgada – que entretanto já funciona nos outros concelhos da ilha de São Miguel, está a ser construído “para situações de gravidade moderada ou de menor gravidade, exatamente para que haja uma multiplicidade de respostas”.
Clélio Meneses esteve hoje, na Unidade de Saúde de ilha de São Miguel, em Ponta Delgada, presente na assinatura dos contratos de mais sete médicos que vão reforçar o Serviço Regional de Saúde na ilha de São Miguel.
O secretário regional exemplificou que, no concelho de Vila Franca do Campo, “uma grande parte dos utentes não são do concelho, havendo pessoas de outros concelhos que ali se deslocam e não vão ao hospital exatamente por perceberem que a sua situação não é de uma gravidade que exija cuidados hospitalares”.
Clélio Meneses considera que “foi um erro, há cerca de 10 anos, ter deixado de existir serviço de atendimento urgente em Ponta Delgada, concentrando tudo no hospital”.
O secretário regional da Saúde anunciou, também, que se vai proceder a um levantamento das pessoas que realmente possuem médico de família na ilha de São Miguel, uma vez que há utentes que figuram como beneficiando deste serviço médico, mas que na prática não o têm.
De acordo com o titular da pasta da Saúde, os sete médicos que vão reforçar o Serviço Regional de Saúde “vão ficar distribuídos pela ilha de São Miguel em zonas que estão mais carenciadas como Nordeste, Povoação, Ginetes e Maia”, visando dar uma “resposta cada vez mais próxima, rápida e eficaz no âmbito daquilo que são os cuidados de saúde primários”.
Clélio Meneses destacou, por outro lado, uma nova resposta que a Unidade de Saúde de ilha de São Miguel está dar em termos de prestação de serviços de cuidados paliativos, transitando para este serviço dois médicos de medicina geral e familiar.
Para além do serviço de atendimento urgente, a Unidade de Saúde de ilha de São Miguel já promove consultas complementares e extras diárias para libertar a pressão do Hospital do Divino Espírito Santo.
LUSA/HN
01/02/2023
“No ano de 2022 foram realizados no HDES 2,898 milhões de Meios Complementares de Diagnóstico (MCDT), sendo cerca de dois milhões em patologia clínica, que é um dos melhores valores dos últimos cinco anos”, indica a unidade de saúde na sua ‘newsletter’.
Os meios complementares de diagnóstico e tratamento incluem qualquer tipo de exames médicos, como as análises clínicas, eletrocardiogramas, medição ambulatória da pressão arterial, ecocardiogramas, provas de esforço ou radiologia convencional (raio-x).
O hospital de Ponta Delgada adianta ainda que a unidade de genética (que era responsável pelos testes à Covid-19) “baixou a sua atividade em relação ao ano de 2021” e 2020, mas que os valores na imagiologia são os maiores desde 2018.
O maior hospital público dos Açores recorda também que 2022 “terminou com um aumento significativo no número de óbitos nos Açores”, com um total de 2.716 casos, o “maior valor desde 2014”.
“A ilha de São Miguel foi responsável por 49,4% do total de óbitos nos Açores, o que está bastante abaixo da sua proporção populacional regional de acordo com o Censos 2021, que é de 56%”, lê-se no documento.
O HDES refere que a maioria dos óbitos em São Miguel (79,95%) aconteceu em contexto hospitalar.
“O aumento do número de óbitos em relação ao ano de 2021, no HDES, aconteceu principalmente nas especialidades de Medicina Interna, com 40,76%, Infecciologia com 24,8% e Cuidados Paliativos com 20,3%”, acrescenta o hospital açoriano.
LUSA/HN