Redução da mortalidade infantil retira Portugal da cauda da Europa

24 de Abril 2024

Em 50 anos de democracia, Portugal passou do último lugar da União Europeia onde morriam mais crianças para integrar a lista dos 10 países com menor taxa de mortalidade infantil, indicam dados estatísticos esta quarta-feira divulgados.

“Portugal era o país da União Europeia onde mais crianças morriam com menos de um ano, sendo que, em 2022, o país ocupava o `top´ 10 dos países com menor taxa de mortalidade infantil”, refere o retrato “50 anos de democracia em números” da Pordata.

Segundo a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em 1974, morriam no país 38 crianças com menos de um ano por cada 1.000 nascimentos, quando a média na União Europeia ficava-se pelos 21 neste indicador.

“Em 2022, Portugal ocupava o `top´ 10 dos países com menor taxa de mortalidade infantil, 2,6‰, sendo a média europeia de 3,3‰”, refere o documento da Pordata que ilustra as “profundas mudanças ocorridas” no país em diversas áreas, como a saúde, demografia, modernização, educação, transportes, trabalho e proteção social, ao longo do último meio século.

Os dados hoje divulgados indicam ainda que, em 1970, apenas 38% dos partos ocorriam em estabelecimentos de saúde, mas, cinco anos depois, este valor já era de 61% e, atualmente, “praticamente todas as crianças nascem” nos hospitais portugueses.

Entre 1974 e 2022, o número de nascimentos em Portugal baixou significativamente, passando dos quase 172 mil para os cerca de 83 mil.

As transformações no sistema de saúde “associam-se igualmente à modernização dos serviços e ao crescimento do número de profissionais”, salienta ainda a Pordata, ao avançar que, nas últimas cinco décadas, o número de médicos aumentou quase cinco vezes e o de enfermeiros perto de quatro vezes.

Em 1975, estavam registados na Ordem dos Médicos 11 mil profissionais e, em 2022, eram cerca de 60 mil. Já os enfermeiros eram quase 19 mil e são agora cerca de 82 mil, refere a Pordata.

Já quanto às condições de vida, o retrato estatístico aponta que, há 50 anos, 53% das casas em Portugal não tinham água canalizada, 42% não tinham instalações sanitárias, 40% não tinham esgotos e 36% não tinham eletricidade, enquanto que atualmente, pelo menos, 98% das habitações dispõem já destas instalações.

“De destacar ainda que os censos de 1981 contabilizaram mais de 46 mil alojamentos familiares não clássicos, como barracas, onde viviam cerca de 126 mil pessoas. Nos censos de 2021, registaram-se quatro mil alojamentos familiares não clássicos, onde moravam 11 mil pessoas”, indica a Pordata.

Em 50 anos, também duplicou o número de casas de residência habitual e há 15 vezes mais casas de residência secundária, destaca o retrato, ao alertar que, “nos últimos anos, o aumento dos preços das casas veio relançar o debate sobre a habitação” no país.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ordem firme na necessidade de se resolver pontos em aberto nas carreiras dos enfermeiros

O Presidente da Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE), Pedro Soares, foi convidado a reunir esta sexta-feira na Direção Regional da Saúde, no Solar dos Remédios, em Angra do Heroísmo. Esta reunião contou com a presença de representantes dos sindicatos e teve como ponto de partida a necessidade de ultimar os processos de reposicionamento que ainda não se encontram concluídos, firmando-se a expetativa de que tal venha a acontecer até ao final deste ano.

APDP apresenta projeto “Comer Melhor, Viver Melhor” no Parlamento Europeu

Uma alimentação que privilegie um maior consumo de produtos vegetais, quando planeada equilibradamente, pode contribuir para melhorar os resultados em saúde nas pessoas com diabetes tipo 2, evidencia o projeto “Comer Melhor, Viver Melhor”, apresentado pela APDP no Parlamento Europeu no passado dia 18 de abril.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights