Dois em cada três portugueses têm falta de vitamina D

29 de Abril 2020

Dois em cada três portugueses têm falta de vitamina D, um valor que nos Açores sobe para 82% e que atinge mais as mulheres do que os homens, conclui um estudo de investigadores portugueses.

Dois em cada três portugueses têm falta de vitamina D, um valor que nos Açores sobe para 82% e que atinge mais as mulheres do que os homens, conclui um estudo de investigadores portugueses.

Este primeiro estudo que analisa a carência de vitamina D na globalidade da população portuguesa adulta, publicado na revista científica Archives of Osteoporosis, indica que mesmo durante o Verão pouco mais de metade (56,8%) dos portugueses conseguem atingir valores normais de vitamina D.

O trabalho, que usou uma amostra de 3092 pessoas adultas de todo o país, representativa da população portuguesa, indica que, no Inverno, apenas dois em cada dez portugueses apresenta níveis normais de vitamina D e que a carência desta vitamina é um problema de saúde pública de nível mundial que em Portugal é ainda desvalorizado.

“É conclusivo que este estudo revela valores inadequados de vitamina D numa grande proporção da população portuguesa. A análise destes dados deve servir de base para um debate nacional profundo sobre o tema e sobre o seu impacto na saúde dos portugueses”, afirma o investigador José António Pereira da Silva, que coordenou o trabalho, citado em comunicado divulgado esta terça-feira.

As consequências mais evidentes da carência de vitamina D são problemas ósseos e musculares, com uma maior propensão para fracturas com pequenos traumatismos e, nos casos graves, podem surgir dores ósseas e musculares espontâneas, falta de forças e cãibras. Estes sintomas podem ser, por vezes, interpretados erradamente como sinais de envelhecimento normal.

A alimentação tem um contributo escasso para suprir as necessidades fisiológicas desta vitamina, especialmente através de peixes gordos selvagens, gema de ovo e alguns cogumelos. A exposição solar e a suplementação são as duas outras formas de conseguir atingir os níveis ideais de vitamina D.

Quanto ao impacto da localização geográfica, este estudo, uma colaboração entre a Faculdade de Medicina de Coimbra e a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, indica que os Açores são a região portuguesa que registou níveis mais elevados de insuficiência e deficiência de vitamina D, atingindo 82% da população. “Estes valores poderão estar associados à intensa nebulosidade que se verifica no arquipélago dos Açores”, refere a nota.

Ao contrário, é no Algarve que se verificam valores mais baixos de insuficiência e deficiência de vitamina D, correspondendo apenas a 45% da população ao longo de todo o ano, comparativamente aos valores entre 58,7% e 69,7% no restante território continental e na Madeira, respectivamente.

Lusa/HN

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