Cientistas britânicos querem identificar os principais factores de risco para o COVID-19

4 de Maio 2020

O objetivo é identificar quem corre maior risco de contrair a COVID-19 e por que razão algumas pessoas ficam mais doentes do que outras, com a doença

Investigadores da Universidade de Edimburgo, estão a apelar ao público para que participe num novo estudo cujo objetivo é identificar quem corre maior risco de contrair a COVID-19 e por que razão algumas pessoas ficam mais doentes do que outras, com a doença.

O estudo, designado COVIDENCE UK, liderado pela Queen Mary University, de Londres, iniciou o período de captação de voluntários na passada sexta-feira [1 de Maio] e visa recrutar pelo menos 12 000 pessoas, com 16 ou mais anos de idade, de todo o Reino Unido.

O King’s College London, a London School of Hygiene & Tropical Medicine, a University of Edinburgh, a Queen’s University Belfast e a Swansea University são todos parceiros na investigação, que é financiada pela Barts Charity.

A equipa responsável pelo desenvolvimento do estudo pretende recrutar um grupo de voluntários, tão diversificado quanto possível, incluindo pessoas que já testaram positivo ou estiveram sob suspeita de terem sido infetados por COVID-19 e os que nunca o estiveram.

A equipa pretende também incluir nesta investigação pessoas com e sem comorbilidades, como diabetes, doenças pulmonares, doenças cardíacas e tensão arterial elevada. As informações recolhidas ajudarão os cientistas a compreender por que razão certas pessoas parecem estar em maior risco do que outras.

Adrian Martineau, professor de infeciologia Respiratória e Imunidade na Queen Mary University, de Londres, que lidera o projeto de investigação, explica: “Sabemos que as pessoas com determinadas condições médicas parecem estar em maior risco de contrair coronavírus. No entanto, não sabemos porquê”. Será porque as pessoas com estas condições tendem a ser mais velhas? Terá algo a ver com a própria condição subjacente? Será que determinados medicamentos podem afetar o risco? Ou são importantes fatores relacionados com o estilo de vida, como o tabagismo ou padrões alimentares diferentes, que tendem a acompanhar algumas destas condições? As respostas a estas perguntas poderiam ajudar-nos a conceber novas estratégias para reduzir o risco de infeção, enquanto aguardamos a chegada de uma vacina eficaz”.

A equipa espera também que os dados recolhidos ajudem a explicar a razão pela qual o número de casos e de mortes na COVID-19 inclui uma elevada proporção de pessoas de origem negra, asiática e de algumas minorias étnicas.

Pede-se aos recrutas que se inscrevam em www.qmul.ac.uk/covidence e preencham um questionário inicial detalhado, cobrindo a sua história médica, estilo de vida e comportamento em termos de distanciamento social, lavagem das mãos, entre outras informações. As atualizações mensais simples irão então rastrear quaisquer novos sintomas. O estudo também recolherá, de forma automática, informação dos registos clínicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla inglesa) dos doentes para incluir informação sobre os resultados dos testes e das hospitalizações.

A rapidez com que a equipa pode analisar esta informação para ajudar a proteger as pessoas de maior risco dependerá da rapidez com que conseguirem recrutar os voluntários necessários.

“Se conseguirmos atingir o nosso objetivo de 12 000 voluntários, especialmente se uma proporção significativa dos participantes já tiver tido um teste positivo para o COVID-19, então deveremos conseguir obter alguns resultados nas próximas semanas”, diz o Professor Martineau. “Esperamos também compreender por que razão a gravidade da doença difere tanto entre indivíduos, com alguns a não apresentarem sintomatologia e outros, incluindo jovens saudáveis – embora em pequeno número – a morrerem da doença”.

A equipa também pretende ver como o surto da COVID-19 está a afetar o bem-estar mental das pessoas – e vice-versa.
O professor Gerome Breen, do King’s College London, explica: “A nossa saúde mental, particularmente a depressão e a ansiedade, está intimamente ligada à nossa saúde física e pode desempenhar um papel na forma como combatemos uma doença ou respondemos a um tratamento. É por isso que queremos medir o bem-estar mental e físico, para ver se isso pode ajudar a prever a probabilidade de um resultado adverso”.

O estudo, que terá uma duração máxima de cinco anos, criará também uma plataforma para acelerar os futuros ensaios de tratamentos preventivos, como os suplementos alimentares, para ver se contribuem para a proteção contra a COVID-19. Será perguntado aos recrutas se estão dispostos a ser contactados para participar em futuros ensaios quando se inscreverem para o efeito.
Mais informação sobre o estudo COVIDENCE UK pode ser acedida Aqui

MMM

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