“Não foi passada nenhuma multa, até agora, essas pessoas iam entrar sem máscara, portanto num sítio onde ainda podiam estar sem máscara”, avançou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, no âmbito de uma visita à Central de Comando do Metropolitano de Lisboa, para assinalar o início do plano de desconfinamento devido à pandemia da covid-19.
As 30 pessoas que apareceram sem máscara no Metropolitano de Lisboa até às 08:00, após serem interpeladas pelos agentes de segurança, “aceitaram de muito bom grado a sugestão” de ir comprar o equipamento de proteção individual, disponível nas máquinas de venda automática.
No Metro de Lisboa há 80 máquinas e no Metro do Porto existem 30 pontos de venda, indicou o ministro que tutela os transportes urbanos, referindo que a máscara descartável custa 1,50 euros e “a máscara reutilizável, que é aquelas que as pessoas devem comprar”, está disponível ao custo de três euros.
No caso de incumprimento do uso obrigatório de máscara nos transportes públicos, os utentes podem ser multados com coimas entre 120 e 350 euros.
“Não há aqui benevolência, nem tolerância nenhuma, essas pessoas estavam sem máscara num sítio onde podiam estar sem máscara. Quando iam entrar num sítio onde é necessária máscara, foram interpeladas antes disso, portanto quando entraram no metro já tinham a máscara posta”, reforçou João Matos Fernandes, referindo que a decisão de aplicar coimas compete a cada agente da autoridade.
A acompanhar o início do plano de desconfinamento, as forças de segurança estão a controlar as entradas e saídas de passageiros nas estações de transporte público.
“Não pode haver mais do que dois terços dos passageiros, todos os passageiros têm de andar com máscara e todos os modos de transporte têm de ser devidamente limpos, desinfetados e higienizados”, lembrou o governante, assegurando que as medidas já estão concretizadas na Transtejo/Soflusa, no Metro de Lisboa, no Metro do Porto, na CP – Comboios de Portugal, na Carris e no conjunto das empresas de autocarros pelo país fora.
“Esta é a primeira manhã de ‘stress’ e que está a correr muito bem”, declarou João Matos Fernandes.
Nos metros de Lisboa e do Porto, referiu, a hora de maior procura começa às 08:00, mas ainda não tinha havido mais do que 25% da lotação dos comboios.
A principal preocupação, indicou, tinha a ver com a Soflusa, que assegura a ligação fluvial entre Lisboa e o Barreiro, no distrito de Setúbal, porque quando era só permitida um terço da lotação de passageiros “algumas vezes na ponta da manhã chegava-se aos 40%”. Porém, até às 08:00 de hoje o barco “trouxe apenas metade dos passageiros quando podiam ir até aos dois terços, todos com máscara”.
“As pessoas estão a aderir, de facto o civismo e a cidadania dos portugueses estão a vir ao de cima, como têm vindo, aliás, neste último mês e meio e hoje está-se a sentir muito isso”, considerou o ministro do Ambiente.
Portugal contabiliza 1.043 mortos associados à covid-19 em 25.282 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado no domingo.
Relativamente ao dia anterior, há mais 20 mortos (+2%) e mais 92 casos de infeção (+0,4%).
No domingo, Portugal entrou em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
LUSA/HN
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