Portugueses criam escudo protetor de aerossóis para saúde oral

1 de Junho 2020

Dois investigadores portugueses criaram um escudo protetor de aerossóis para uso na área da saúde oral, que promete resolver alguns dos desafios que a pandemia por covid-19 colocou a essa área clínica.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, os investigadores da Universidade do Porto afirmam que a patente, cujo processo de análise se iniciou a 02 de abril, já foi submetida às entidades competentes.

Miguel Pais Clemente, da Faculdade de Medicina (FMUP), e Joaquim Gabriel Mendes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), juntaram competências para desenvolverem rapidamente uma invenção que apelidaram de “escudo protetor de aerossóis em medicina dentária”.

Explicam que este instrumento inovador é composto por uma campânula de proteção em forma de U invertido. Nas paredes laterais, oblíquas, existem dois orifícios que permitem a entrada das mãos do profissional de saúde oral e do seu colaborador.

O dispositivo é feito em acrílico, permitindo uma visualização correta do campo operatório, para além de assegurar a extração dos aerossóis por um sistema de ventilação forçada, através de um filtro específico para retenção de bactérias e vírus.

A realização de determinados procedimentos clínicos envolve a presença de aerossóis, o que pode originar um aumento da disseminação dessas gotículas respiratórias.

“A proximidade com a cavidade oral, bem com a facilidade de transmissão do coronavírus SARS-CoV-2 pelas gotículas que se propagam no ar faz com que haja a necessidade de conferir ao profissional de saúde oral um maior grau de proteção”, salienta Miguel Pais Clemente, investigador da FMUP na área da saúde oral.

Joaquim Gabriel Mendes, investigador da FEUP e do INEGI, explica que a solução criada dota a atividade clínica em medicina dentária e estomatologia de “um meio de proteção adicional que funciona como um escudo protetor entre o doente e o clínico”, beneficiando ambos, e minorando os riscos associados aos aerossóis.

Ou seja, o dispositivo pode ser visto como “um prolongamento dos equipamentos de proteção individual”, acrescenta.

Recentemente, a Direção Geral da Saúde (DGS) voltou a autorizar o exercício da atividade clínica nas áreas da medicina dentária e da estomatologia, suspensas devido à pandemia de covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 370 mil mortos e infetou mais de 6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.410 pessoas das 32.500 confirmadas como infetadas, e há 19.409 casos recuperados, de acordo com a Direção Geral da Saúde.

LUSA/HN

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