Autoridades cabo-verdianas alertam para necessidade de teste antes de viagens

3 de Junho 2020

O presidente da Proteção Civil de Cabo Verde, Renaldo Rodrigues, motivou esta quarta-feira as pessoas a procurarem os serviços certos e diretamente se pretendem regressar às ilhas de origem por […]

O presidente da Proteção Civil de Cabo Verde, Renaldo Rodrigues, motivou esta quarta-feira as pessoas a procurarem os serviços certos e diretamente se pretendem regressar às ilhas de origem por causa dos efeitos da Covid-19.

Em declarações à agência Lusa, Renaldo Rodrigues disse que quem regressar às ilhas de origem deve procurar primeiro os serviços da Proteção Civil municipais e depois a delegacia de saúde da área de residência, para realização de teste ao novo coronavírus.

O mesmo responsável disse que depois de receber o resultado do teste, o Serviço Nacional de Proteção Civil envia o processo para validação governamental, para depois voltar a entrar na preparação da viagem.

“Temos visto muitos protestos, mas se o processo não entra no canal próprio, que são os serviços municiais da Proteção Civil e a delegacia, para realização de testes, o SNPCB só entra na preparação da viagem com o Ministério da Economia Marítima”, referiu.

As explicações foram dadas numa altura em que dezenas de pessoas querem regressar às suas ilhas de origem, alertando que estão a enfrentar dificuldades nas ilhas de residência, com destaque para Sal e Boa Vista, as duas mais turísticas do país, cuja atividade está parada há mais de três meses.

“Não tendo feito esses canais, o processo torna-se mais demorado”, salientou Renaldo Rodrigues, que lembrou ainda a resolução do Conselho de Ministros, que aprovou a estratégia de levantamento gradual de medidas restritivas e de distanciamento social.

No caso de Santiago, com o maior número de casos da doença e em estado de calamidade, estão proibidas as ligações marítimas de passageiros de e para a ilha.

O presidente da Proteção Civil disse que as autoridades cabo-verdianas estão sensíveis a todas estas questões, mas notou que a resolução não dá resposta a tudo, uma vez que faz referência apenas às pessoas retidas em uma ilha e não às que residem e trabalham numa ilha diferente da de origem e que estão a passar dificuldades.

No caso da Boa Vista, sem casos novos há mais de um mês, disse que o nível de restrição baixou, ao contrário da Praia, o foco do vírus, que considerou “requer algum cuidado”, embora algumas pessoas têm saído após realização de testes.

“Nós também não podemos permitir que as pessoas saiam sem determinado critério. Estaríamos a pôr em causa todo o trabalho que uma ou outra ilha tem estado a fazer para evitar a transmissão local”, esclareceu o presidente, dando conta que centenas de pessoas já saíram de uma ilha para outra.

Renaldo Rodrigues disse “entender perfeitamente” que as pessoas estejam “desesperadas”, mas afirmou que as autoridades estão disponíveis para apoiar naquilo que for necessário.

No caso da Boa Vista, o presidente da Câmara Municipal, José Luís Santos, disse à Lusa que a decisão das viagens não é do Governo, e pediu “muita paciência” às pessoas, mas reconhecendo que há muita gente a passar dificuldade na ilha.

O autarca avançou que a Câmara Municipal tem apoiado as pessoas desde o mês de março, com cestas básicas, bem como disponibilização de água e garantindo apoio a estudantes, músicos, agricultores, criadores de gado, pescadores, entre outras classes.

Segundo os dados atualizados pelas autoridades de saúde, desde 19 de março Cabo Verde registou um acumulado de 466 casos de Covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (402), Boa Vista (56), São Vicente (04) e Sal (04).

Do total, registaram-se cinco óbitos, dois doentes foram transferidos e 237 são considerados curados da doença, fazendo com que o país tenha neste momento 222 doentes internados nos isolamentos institucionais.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 377 mil mortos e infetou mais de 6,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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