Segundo a entidade financeira, os recursos que os brasileiros depositaram nas suas contas de poupança em maio superaram os levantamentos em 37,2 mil milhões de reais (6,4 mil milhões de euros), o maior valor até agora injetado nesse tipo de conta num único mês, desde que o indicador começou a ser medido, em 1995.
O saldo positivo de maio superou o de abril, em cerca de 30 mil milhões de reais (5,1 mil milhões de euros), que até agora era o mais alto dos últimos 26 anos.
A enorme injeção de recursos nas contas poupança em maio contrasta com o saldo negativo registado no mesmo mês do ano passado, quando os levantamentos excederam os depósitos em 718,7 milhões de reais (123,9 milhões de euros).
O saldo positivo de maio elevou o acumulado na entrada líquida de recursos nas contas poupança dos brasileiros nos primeiros cinco meses deste ano para 63,9 mil milhões de reais (11 mil milhões de euros). Ou seja, o valor líquido que entrou nas contas em maio corresponde a cerca de 58% de todo o saldo positivo do ano.
Segundo o Banco Central brasileiro, enquanto que os levantamentos excederam os depósitos nas contas poupança, tanto em janeiro como em fevereiro, a situação foi revertida a partir de março, quando os governos estaduais brasileiros começaram a impor medidas de isolamento social para enfrentarem a pandemia.
O encerramento de comércios e serviços e o confinamento domiciliário de trabalhadores e estudantes reduziram significativamente o consumo e permitiram que os brasileiros direcionassem esse excedente para as suas contas poupança.
De acordo com o Banco Central, as contas poupança também foram o destino dos recursos que muitos investidores retiraram da bolsa de valores e dos investimentos fixos com receio de perdas devido a turbulências financeiras.
As contas poupança foram ainda o destino do subsídio de 600 reais (103,4 euros) que o Governo distribuiu entre cerca de 50 milhões de brasileiros para ajudar os cidadãos desempregados e trabalhadores sem contrato a aliviar os efeitos da pandemia.
Apesar de ser um dos investimentos menos rentáveis do Brasil, as contas poupança são as mais seguras e não pagam imposto de renda.
As contas poupança, são assim a melhor alternativa em tempos de incerteza como o atual, uma vez que se espera que a paralisação das atividades e a retração do consumo como resultado da pandemia da Covid-19 causem a maior recessão na história da Brasil.
De acordo com a mais recente previsão do mercado financeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá recuar 6,25% em 2020, por causa da crise do novo coronavírus.
O Brasil ultrapassou na quinta-feira a Itália e tornou-se no terceiro país do mundo com mais mortes pela Covid-19, após atingir um novo recorde diário de 1.473 óbitos nas últimas 24 horas, segundo dados oficiais.
No total, o país sul-americano, que tem uma população estimada em 210 milhões de habitantes, contabiliza 34.021 vítimas mortais e 614.941 casos confirmados.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 389 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
LUSA/HN
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