Graça Freitas pede às empresas que tenham uma “atitude pedagógica”

7 de Junho 2020

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apelou hoje às entidades patronais para que tenham uma "atitude pedagógica" e expliquem as medidas de segurança aos trabalhadores, incluindo os temporários, para reduzir o risco de infeção do novo coronavírus.

“Muitas vezes os trabalhadores não têm uma perceção de risco como deviam. Não conhecem o plano de contingência e, portanto, compete também ao empregador ter essa atitude pedagógica, explicar o porquê das medidas”, frisou hoje Graça Freitas, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.

A diretora-geral da Saúde pediu às empresas que deem formação aos trabalhadores, nomeadamente a quem se encontra a fazer trabalho temporário, dando o exemplo de pessoas que andam na colheita da fruta.

“Eu diria mesmo que deve haver alguma supervisão por parte da entidade patronal, para ver se estão a cumprir medidas de distanciamento, de higiene, de não partilha de objetos”, defendeu Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde sublinhou a importância de as pessoas estarem devidamente informadas.

Graça Freitas alertou ainda para a fiabilidade dos testes de rastreio, recordando que nem todos têm as mesmas caraterísticas e é necessário cuidado na sua utilização, para não ser criada uma “falta sensação de segurança”.

A medição da temperatura é vista pela responsável da Direção-Geral da Saúde como “mais um instrumento que pode ser útil, tal como automonitorização dos sintomas” e entende ser benéfico fazer essa medição antes de as pessoas irem trabalhar ou para a escola.

Adotando “um conjunto de medidas”, salienta Graça Freitas, reduz-se o risco de transmissão.

Portugal contabiliza pelo menos 1.479 mortos associados à covid-19 em 34.693 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado hoje.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights