Centro israelita testa com êxito em hámsteres uma possível vacina

21 de Junho 2020

O Instituto de Israel para a Investigação Biotecnológica testou, com êxito, uma possível vacina contra a covid-19 em ratos, o que permitirá avançar com testes noutros animais e, posteriormente, em humanos, adiantou hoje o jornal digital israelita Times.

O centro, dependente do Ministério da Defesa, espera acabar a preparação da vacina no prazo de um ano, ou talvez menos, de acordo com um relatório publicado na sexta-feira no repositório biorXiv, um portal em que os textos ainda não foram revistos por outros especialistas, embora possam comentar.

Os investigadores experimentaram em grupos de hámsteres infetados e uns não foram vacinados e outros receberam a vacina “de dose única” que produziu “uma indução, rápida e potente, de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2”.

Os roedores imunizados pararam de perder peso, ao contrário dos outros e, por sua vez, os pulmões dos não vacinados sofreram “danos extensos nos tecidos e altos níveis virais”, contrastando com os outros, vacinados, que apresentaram uma “doença pulmonar menor e sem carga viral”.

As experiências com roedores são parte de um processo preliminar essencial para o desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus. Se funcionar com sucesso, os testes podem seguir para outros animais, contam os investigadores.

Segundo o relatório publicado, após os testes noutros animais a vacina segue, numa última etapa, para a experiência em humanos para comprovar a sua eficácia e os possíveis efeitos secundários.

Vários grupos de cientistas israelitas, tal como noutros países do mundo, trabalham em contrarrelógio para desenvolverem uma vacina e medicamentos contra a covid-19. Um processo acelerado que enfrentam desde o início da propagação da pandemia.

Em maio, este Instituto de Israel para a Investigação Biotecnológica tinha conseguido desenvolver anticorpos que neutralizam o novo coronavírus, o que deverá servir para acelerar a criação de um medicamento para pacientes infetados.

Israel, onde o impacto do novo coronavírus foi relativamente moderado, registou, até ao momento, 305 óbitos e mais de 20.680 infetados, embora nas últimas semanas esteja a haver um aumento de infeções.

No sábado, um centro de investigação dependente do exército assegurou que Israel entrou numa segunda onda de contágios e alertou que, se não se adotarem medidas para travar a propagação, num mês poderá haver mil casos diários e centenas de mortes.

Perante isso, o Ministério da Saúde ordenou aos hospitais que se preparem para reabrir as enfermarias especiais para tratar pacientes com covid-19.

O Primeiro-ministro, Benjamín Netanyahu, pediu hoje à população que respeite os cuidados necessários – como o uso de máscara e a distância de dois metros – para “achatar a curva”, travar o aumento de contágios e evitar a imposição de novas restrições e encerramentos, levando assim o país a andar para trás.

Benjamín Netanyahu acrescentou que esta segunda-feira se vai reunir com a comissão encarregada de gerir a crise pandémica para “discutir os passos necessários” a dar para enfrentar a situação.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 464 mil mortos e infetou mais de 8,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.530 pessoas das 39.133 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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