Um em cada quatro adultos no Reino Unido em risco de fome e potencial malnutrição depois do isolamento.

23 de Junho 2020

No Reino Unido, um em cada quatro adultos está em situação suscetível a fome e potencial malnutrição durante a pandemia do COVID-19. Esta é a principal conclusão de um questionário […]

No Reino Unido, um em cada quatro adultos está em situação suscetível a fome e potencial malnutrição durante a pandemia do COVID-19. Esta é a principal conclusão de um questionário publicado hoje pela Feeding Britain e pelo Laboratório para a Vida Saudável da Universidade de Nortúmbria, no Reino Unido.

O levantamento conclui que 25% dos adultos teve dificuldade em aceder a comida que pudesse pagar durante a pandemia, e que estão em via de se tornar suscetíveis a fome e potencial malnutrição como resultado. Entretanto, aproximadamente um em cada quatro adultos com crianças a seu cuidado teve de comer menos para que estas pudessem ser alimentadas com normalidade.

Metade dos adultos tentou lidar com a situação durante a pandemia ao comprar alimentos mais baratos que geralmente não comprariam. Os números disparam para um nove em cada 10 adultos quando a situação envolve famílias em risco de garantir a sua alimentação e mais suscetíveis a fome e potencial malnutrição. Os adultos incluídos neste grupo são também mais prováveis de terem utilizado estratégias que envolvam desperdiçar menos comida, planeamento cauteloso das refeições e cozinhar refeições do zero.

Nem mesmo estratégias de lidar com a situação através da compra de alimentos mais baratos, pedir empréstimos de itens alimentares, enviar as crianças para que comam noutro sítio e restringir o próprio consumo alimentar a doses mais pequenas, conduziram a uma maior segurança alimentar para os adultos ou a uma vida sem fome evitando a potencial malnutrição.

Os adultos com menos segurança alimentar, e mais suscetíveis a passar fome, são também os mais prováveis de terem aumentado ou apertado as suas estratégias de gerir os alimentos durante a pandemia. Aproximadamente um em cada três adultos deste grupo, com crianças a seu encargo, decidiu recorrer com mais frequência a comer menos para que as suas crianças pudessem comer. Em comparação com apenas um em cada 16 adultos que relata ter experienciado pouca ou nenhuma dificuldade em aceder à comida de que necessitam.

Em comentário às conclusões, Andrew Forsey, diretor da Feeding Britain disse que, “este levantamento revela por quanto tempo milhões de pessoas no nosso país se conseguirão manter a elas e às suas famílias alimentadas durante a pandemia. Revela também a crescente dificuldade por que passam demasiadas destas pessoas em fazê-lo enquanto tentam manter a sua dignidade, independência e autossuficiência”.

“Durante o programa de distribuição de alimentos da Feeding Britain, através do qual a nossa rede regional distribuirá milhões de refeições até ao final de junho, tem ficado cada vez mais claro que um grupo crescente de famílias, em adição às mais pobres, está em dificuldade para pagar as contas e continuar a colocar comida sobre a mesa. Este questionário mostra, muito tristemente, quantos dos cidadãos como nós estão a entrar nesse grupo.

Têm sido expostos à fome e potencial malnutrição por uma combinação de baixos rendimentos e isolamento, que tende a conduzir a uma perda ainda maior de rendimentos e problemas com o sistema de subsídios”.

A professora Greta Defeyter, diretora do Laboratório para a Vida Saudável da Universidade de Nortúmbria, acrescenta que, “Estas conclusões apresentam um chocante quadro da alta percentagem de adultos que estão a passar por falta de segurança alimentar no Reino Unido.

Se nós, enquanto país, queremos ter uma hipótese de tomar as rédeas desta situação, então precisamos que o Primeiro Ministro supervisione e implemente medidas de estratégia nacional para a comida com urgência, que aumentem a oferta, melhorem os preços e a acessibilidade de alimentos nutritivos a toda a gente no nosso país. Isto enquanto minimiza a necessidade de implementar medidas de emergência como o uso de bancos alimentares.

Estas são geralmente medidas de último recurso e não compensam um salário inadequado ou a falta acesso a comida nutritiva e a preços razoáveis nas comunidades”.

Com base nas conclusões, a Feeding Britain recomenda a introdução de um programa de emprego que previna o desemprego a longo-prazo, uma revisão das deduções dos créditos e a suspensão do “limite de duas crianças” – um programa anual de refeições de inclui pequeno-almoço e almoço para crianças, registo automático e compensação pela inflação nos vouchers “Heathy Start”, fundos inovadores para programas alimentares comunitários, bem como maior proteção ao emprego para pessoas com empregos precários e mal pagos.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

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