Polícia brasileira investiga fraudes na compra de testes de deteção

2 de Julho 2020

O Ministério Público e a Polícia Civil do Distrito Federal, no Brasil, realizam esta quinta-feira uma operação para investigar suspeitas de fraudes na compra de testes para a deteção do novo coronavírus.

De acordo com informações divulgadas pelas autoridades brasileiras, a operação denominada ‘Falso Negativo’ apura “fortes indícios” de sobrefaturação na aquisição das substâncias e ainda evidências de que marcas adquiridas seriam imprestáveis ou teriam baixa qualidade para a deteção eficiente da Covid-19.

Os testes comprados pelo governo regional do Distrito Federal dispensaram licitação e geraram contratos que superam o valor de 73 milhões de reais (12,2 milhões de euros).

Desde o início da manhã, a polícia brasileira cumpre 74 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Santa Catarina, Paraná. Os mandados foram autorizados pela Justiça Criminal de Brasília.

O processo corre em sigilo e os alvos não foram identificados pelas autoridades judiciais.

O portal de notícias G1 informou que entre os alvos da operação estão o subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Iohan Andrade Struck, e o diretor do Laboratório Central do Distrito Federal, Jorge Antônio Chamon Júnior.

Os investigados são suspeitos de cometerem crimes como fraude em licitação, organização criminosa, corrupção, branqueamento de capitais e cartel.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 1,44 milhões de casos e 60.632 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 516 mil mortos e infetou mais de 10,71 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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