Governo melhora recolha de dados sobre a doença para “reduzir erros”

13 de Julho 2020

As ferramentas utilizadas para analisar e tratar os dados relativos aos infetados com Covid-19 estão a ser alvo de uma “intervenção profunda” para reduzir a “possibilidade de erros”, disse esta segunda-feira o secretário de Estado da Saúde.

“Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) encontram-se a fazer uma intervenção profunda nos sistemas de recolha e tratamento dos dados epidemiológicos com o objetivo de reduzir as tarefas manuais, acelerando o processo diário de elaboração do boletim [da Direção Geral de Saúde] e diminuindo a possibilidade de ocorrência de erros”, afirmou António Lacerda Sales durante a conferência de imprensa para fazer um balanço da epidemia de Covid-19 em Portugal.

O governante salientou a importância da “transparência e rigor” na recolha e divulgação de dados sobre o novo coronavírus.

Também presente na conferência de imprensa, Luís Góis Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, acrescentou que o objetivo é reduzir a intervenção manual de “operações complexas que passam a ser cada vez mais automatizadas”.

Desta forma, aumenta a celeridade na recolha e divulgação de dados e “diminui-se o erro”, reforçou Luís Góis Pinheiro, garantindo que este trabalho de melhoria “estará finalizado muito em breve”.

Além dos dados que permitem elaborar diariamente o boletim da DGS, no qual constam informações sobre o aumento de infetados e óbitos relacionados com a covid, tais como a idade ou a cidade onde foram identificados, os SPMS estão também a melhorar o TraceCovid19.

O TraceCovid19 permite fazer a gestão da pandemia e dar apoio aos médicos que mantêm os doentes em vigilância. Segundo Luís Góis Pinheiro, o aperfeiçoamento desta ferramenta vai “permitir tratar cada vez mais a informação” e “apoiar as decisões daqueles que têm de as tomar”.

A DGS não acredita que esta melhoria se vá traduzir em aumento de casos. Questionada pelos jornalistas, a diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou o trabalho que já é feito diariamente pelos técnicos na recolha e tratamento de dados.

“Não esperamos um aumento de número de casos. Este trabalho é moroso, difícil e complicado, mas o total de casos reportados diariamente estará muito próximo da realidade. Poderá haver algumas questões relacionadas com a simplificação inicial: não é reportado não é contado. Mas não estamos a espera que este processo leve a um aumento de casos”, afirmou.

Graça Freitas acredita que as melhorias que estão a ser levadas a cabo vão traduzir-se em mais rapidez do processo de análise: “Em vez de termos muitas pessoas a olhar durante muitas horas para toda a informação, para que não tenha duplicados e apareça o mais certa possível, os automatismos que estão a ser testados vão permitir rapidez no processo e alguma segurança adicional”.

Estes “técnicos altamente qualificados” serão libertados para “analisar informação tempo útil”, ou seja, em vez de estarem ocupados com procedimentos que podem ser feitos por máquinas, estarão disponíveis para análise de informação.

Graça Freitas aproveitou ainda a conferência de imprensa para lançar um apelo aos médicos e laboratórios para “que preencham tanto quanto possível os formulários”, que admitiu poderem ser “complexos e não muito amigáveis”, mas também serem essenciais para se conseguir acompanhar a epidemia.

De acordo com o boletim da Direção-Geral de Saúde, registaram-se até hoje 46.818 casos de infeção confirmados e 1.662 mortes.

Em relação a domingo, Portugal regista hoje mais duas mortes e 306 novos casos de infeção por covid-19 em relação a domingo, 254 dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim diário da DGS.

LUSA/HN

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