Portugal e EUA procuram intensificar colaboração bilateral depois da pandemia

19 de Julho 2020

Portugal e Estados Unidos da América (EUA) querem intensificar a colaboração bilateral em matérias de comércio, saúde pública, defesa e segurança marítima “no mundo pós-covid”, segundo uma nota divulgada hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A declaração publicada hoje diz respeito a uma reunião realizada de forma virtual pela Comissão Bilateral Permanente (CBP) na passada quarta-feira, onde se destacou a intenção de intensificar uma “colaboração próxima com os EUA que garanta um reforço dos fluxos comerciais e de investimento”.

Segundo a declaração, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias apresentou “perspetivas portuguesas de recuperação socioeconómica no contexto da pandemia covid-19”, em que se incluem medidas como “facilitação ao mercado, contenção das medidas de defesa comercial e promoção de parcerias em matéria de cadeias de valor”.

“Portugal reiterou a sua preocupação com as tarifas aplicadas aos produtos lácteos açorianos, bem como com aquelas atualmente em ponderação no processo de revisão”, pode ler-se na declaração conjunta adotada pela CBP, publicada hoje.

Alguns desafios que se colocam, no entanto, são a “desinformação” e o investimento em “áreas críticas para a segurança nacional”, lê-se na nota do ministério.

A Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos indica que existe “potencial para explorar uma colaboração mais robusta em segurança marítima cooperativa e no desenvolvimento de capacidades de defesa” entre os dois países.

“Os EUA e Portugal também concordaram ser de vital importância manter os investimentos na defesa durante estes tempos turbulentos”, declara a CBP.

Neste contexto, a Base das Lajes, nos Açores, foi um ponto importante da reunião, com “uma proposta portuguesa para redefinir o perímetro da Base” e com “progresso nas discussões” sobre um Plano Abrangente de Infraestruturas entre Portugal e EUA, cuja criação foi mencionada numa reunião da CBP em dezembro de 2017.

A CBP declara também que registou “os planos para discussões presenciais de seguimento em San Antonio e nas Lajes” em relação aos resultados técnicos dos sites 3001 e 5001.

Para esta comissão, a Base das Lajes é prova do “dinamismo da parceria bilateral de defesa” e de “contribuições de Portugal (…) para a segurança transatlântica e global”.

A CBP destaca também o “empenho mútuo (…) em promover a preservação e o uso sustentável de recursos marinhos e do oceano”

Os dois países têm “interesses comuns no desenvolvimento da economia azul em diversos setores e no reforço das relações bilaterais em matéria de cooperação nas áreas da inovação azul, tecnologia e ‘clusters’ marinhos”, lê-se na declaração conjunta da CBP.

“Tópicos de interesse mútuo, tais como a segurança do Atlântico, o papel estratégico dos Açores e a África subsaariana, continuam na agenda”, sustenta a CBP.

A 43.ª reunião da CBP foi presidida conjuntamente pela Diretora-Geral de Política Externa, Madalena Fischer, e pelo subsecretário de Estado adjunto dos EUA para a Europa Ocidental, Shawn Crowley.

Na reunião participaram o Embaixador de Portugal nos EUA, Domingos Fezas Vital, o Embaixador dos EUA em Portugal, George Glass, e o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro.

A próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e Estados Unidos está prevista para dezembro, em Portugal.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 596 mil mortos e infetou mais de 14 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.​​​​​​​

Portugal contabiliza pelo menos 1.684 mortos associados à covid-19 em 48.390 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (139.266) e mais casos de infeção confirmados (mais de 3,6 milhões).

LUSA/HN

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