O alerta divulgado na revista “Journal of Optometry” refere que a pandemia da Covid-19 veio agravar as fragilidades dos doentes no acesso aos cuidados de saúde no SNS, defendendo, por isso, uma mudança de paradigma na assistência médica dos doentes. “ No caso da especialidade de oftalmologia, as barreiras no acesso aos cuidados para a saúde da visão no SNS são crónicas, gigantescas e aumentam de ano para ano, sendo que a pandemia de COVID-19 apenas veio agravar a situação para um patamar ainda mais crítico.”
De acordo com a associação “as causa das longas listas de espera de consulta hospitalar da especialidade de oftalmologia há muito que estão identificadas e também se agravaram com a pandemia. A falta de cuidados primários da saúde da visão no SNS e a exclusão dos optometristas de equipas oftalmológicas diferenciadas, multissetoriais e multidisciplinares continuam a ser o principal obstáculo para garantir o acesso universal aos cuidados para a saúde da visão, em Portugal.”
Para responder às dificuldades dos doentes, os optometristas defendem que “a abordagem da prestação de cuidados oftalmológicos deve seguir a mesma orientação dos demais serviços de saúde, diferenciados por níveis primário e secundário, integrados na comunidade, protegendo e promovendo a saúde da visão”. A criação de plataformas de cuidados primários de saúde da visão é uma das soluções identificadas por estes profissionais para resolver “este problema crónico do SNS”.
A medida, suportada pela proximidade, pode garantir o atendimento de um doente com problemas de visão. “Mais do que implementar melhores práticas de custo-benefício, consensualmente assumidas e aceites, é necessária uma mudança que proteja a saúde pública, os doentes e os profissionais e, que ofereça um atendimento de proximidade e em tempo útil.”
A APLO assegura que “cerca de 60% das causas de problemas da saúde da visão em Portugal poderiam ser tratadas ao nível de cuidados primários.”
PR/HN/Vaishaly Camões
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