“Exigimos que o Ministério da Segurança Social não fuja das suas responsabilidades. Nesta pandemia tem estado silencioso, exclusivamente, apareceu numa cerimónia pública a dizer que ia trabalhar em relação aos lares”, disse Jorge Roque da Cunha à agência Lusa.
Para o dirigente sindical “os lares devem ser neste momento a principal preocupação na pandemia”, mas considera que “não existem regras claras”.
“Os infetados depois de internados quando voltam para os lares o que se faz? não existem orientações para que haja obrigatoriedade de todos os lares terem o seu médico e não se pode estar à espera que os médicos de família para além da sobrecarga que já têm passem a ter mais esta responsabilidade de acompanhar os lares”, sublinhou.
Também não podem ter a responsabilidade da emissão dos atestados multiúsos, “prejudicando dezenas de milhares de portugueses debilitados e suas famílias economicamente depauperadas”.
“O nosso apelo é para que o senhor primeiro-ministro em relação a esta matéria dê instruções para que a Segurança Social finalmente não parasite o Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou Roque da Cunha.
O SIM expressa esta preocupação numa carta enviada hoje ao primeiro-ministro, em que questiona “como é possível não existir um plano de contingência, de atuação perante casos confirmados ou suspeitos ou dos procedimentos perante altas hospitalares ou, ainda, perante profissionais infetados”.
Questiona ainda “como é possível a uma instituição, a quem incumbe zelar pela saúde e bem-estar dos seus utentes, não garantir o isolamento efetivo de casos suspeitos? Mas, acima de tudo, como é que foi possível o Estado Português, através do ministério que tutela lares e outras estruturas de apoio a idosos (Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social), não exercer a sua função fiscalizadora, alegando falta de pessoal”.
Na carta, o SIM levanta ainda a questão de “como é possível” que o “vago plano de resposta à pandemia” anunciado pelo ministério que tutela a Segurança social “exija que os testes dos utentes dos lares e respetivos profissionais sejam da responsabilidade do Ministério da Saúde e solicitados aos médicos de família.
Por fim, lamenta “a “tamanha insensibilidade e irresponsabilidade do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que, com a sua inação criminosa, agrava as debilidades e insuficiências do Ministério da Saúde, cujo orçamento e investimento atingiram mínimos históricos nos últimos anos”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.756 mortos associados à Covid-19 em 52.668 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
LUSA/HN
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