“O Governo de Espanha vai colocar à disposição das comunidades efetivos das Forças Armadas para o rastreio” de contágios do novo coronavírus, disse Sánchez numa declaração após o Conselho de Ministros, precisando que podem ser mobilizados dois mil militares para esse fim.
O primeiro-ministro sublinhou também que as regiões podem decidir aplicar o estado de emergência em parte ou em todo o respetivo território, limitando nomeadamente a circulação, no que terão todo o apoio do Governo central, com todos os meios materiais, digitais e jurídicos.
“Se um presidente autonómico considera que necessita deste instrumento […], o Governo de Espanha está disposto a dar-lhe essa capacidade”, disse, ressalvando, contudo, que “falar de estado de alerta não é falar de confinamento” e evocando as diferentes fases de desconfinamento que foram aplicadas no país após o pico da pandemia.
A falta de meios humanos nas comunidades autónomas, competentes em matéria de saúde, tem sido apontada como uma das razões do forte aumento de novos casos de covid-19.
“A evolução da curva da pandemia é preocupante e é preciso travá-la”, admitiu Sánchez, acrescentando, contudo, que Espanha continua “longe da situação de meados de março” e que “não deve criar-se um medo que paralise” o país.
O primeiro-ministro espanhol apelou por outro lado aos espanhóis que descarreguem a aplicação RadarCovid, para facilitar o trabalho de rastreio.
Espanha, que ultrapassou na segunda-feira os 400 mil casos diagnosticados de coronavírus, regista nas últimas semanas um aumento de casos de infeção, tendo atingido na quarta-feira passada o número mais elevado de novos casos desde o final de maio (3.715), com Madrid, Aragão e a Catalunha como as regiões atualmente mais afetadas.
A pandemia já fez mais de 28 mil mortos no país.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infetou mais de 23,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA/HN
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