“Graças aos esforços dos governos, trabalhadores da saúde e comunidades, mais de 1,8 milhões de crianças foram salvas” da doença, afirmou a OMS numa declaração emitida antes deste acontecimento histórico, um passo crucial para a erradicação global da doença.
O anúncio oficial, por videoconferência a partir das 15:00 GMT (16:00 em Lisboa), contará com a presença do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, da diretora regional para África da OMS, Matshidiso Moeti, e dos bilionários e filantropos nigerianos Aliko Dangote, da Nigéria, e de Bill Gates, dos Estados Unidos.
“É uma vitória tremenda, uma libertação”, disse à agência France-Presse Tunji Funsho, do Comité Pólio da Nigéria do Rotary International.
O médico nigeriano, que dedicou a sua vida a esta causa, acrescentou: “Já passaram mais de 30 anos desde que lançámos este desafio. Dizer que estou feliz é um eufemismo”.
A poliomielite, causada pelo “poliovírus selvagem” (WPV), é uma doença infecciosa aguda e contagiosa que afeta principalmente as crianças, ataca a medula espinal e pode causar paralisia irreversível.
Trata-se de uma doença que era endémica em todo o mundo, até à descoberta de uma vacina nos anos 1950.
Os países mais ricos tiveram acesso rápido à vacina, mas a Ásia e a África continuaram a ser os principais focos infecciosos durante muito tempo.
Em 1988, a OMS contabilizou 350 mil casos em todo o mundo. Só em África, registaram-se mais de 70.000 casos em 1996.
Atualmente, apenas dois países do mundo estão infetados com o “poliovírus selvagem”: Afeganistão (29 casos em 2020) e Paquistão (58 casos).
LUSA/HN
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