SUCH desmente dados dos sindicatos e diz que adesão à greve no primeiro dia foi de apenas 7,5%

28 de Agosto 2020

A adesão à greve no Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) foi de apenas 7,5% no primeiro dia, o de quinta-feira, segundo dados divulgados hoje pela administração, que recusa deste modo o impacto publicitado pelos sindicatos.

Num balanço do primeiro dia de greve, logo na manhã de quinta-feira, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) assinalou uma adesão até 100% de adesão nas cantinas e bares (alimentação), em todos os hospitais, e de 80% nas lavandarias, resíduos, manutenção e demais serviços de apoio prestados pelo SUCH.

Já hoje, a FESAHT disse que cerca de 70% dos trabalhadores da região Centro aderiram à greve nacional de dois dias.

Em comunicado, a administração refere-se apenas a quinta-feira, assegurando que “o dia não teve o resultado veiculado pelos sindicatos”.

Das 14 áreas de atividade do Serviço de Utilização Comum, “apenas as da Alimentação Hospitalar, Tratamento de Resíduos e Tratamento da Roupa Hospitalar registaram adesão e no universo global do SUCH a percentagem de adesão fixou-se em 7,5%”, refere.

O SUCH tem 3.500 trabalhadores, que prestam serviços comuns aos hospitais integrados no Serviço Nacional de Saúde, designadamente nas áreas da Engenharia, Gestão de Ambiente Hospitalar, Gestão Alimentar e Gestão de Serviços de Transporte e de Parques de Estacionamento.

“É importante transmitir que em momento algum a resposta ao doente foi prejudicada, tendo a mesma sido sempre garantida, não podendo o SUCH deixar de agradecer aos seus trabalhadores a dedicação que diariamente demonstram no desempenho das suas funções”, realça o comunicado da administração.

A paralisação, iniciada às 00:00 de hoje e a terminar às 24:00 de hoje, surge em apoio de um acordo de empresa para 2020.

A FESAHT convocou a greve em apoio de aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores, com efeitos a janeiro de 2020, sublinhando que “a esmagadora maioria deles recebe apenas o salário mínimo nacional”.

Reclama também a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, pagamento do subsídio de risco de 7%, remuneração do trabalho prestado ao sábado e domingo com um acréscimo de um euro por cada hora prestada, entre outros.

Noutro âmbito, a federação sindical pede mudanças nas condições de laboração, que “continuam horríveis e violentas para estes trabalhadores” devido à falta de pessoal, às “condições obsoletas” dos equipamentos e instalações, bem como à “ausência de proteção devida dos trabalhadores e testes de despistagem da Covid-19”.

No seu comunicado de hoje, a administração do SUCH reitera posições anteriormente assumidas quanto a uma postura “de abertura e diálogo”.

Mas sublinha que o ano de 2020 “tem sido um ano marcado por constrangimentos inesperados e conhecidos de todos” associados à Covid-19, “o que suscita uma situação económico-financeira mais frágil, aliada à incerteza da duração do atual contexto de crise e da evolução que a pandemia registará nos próximos meses”.

LUSA/HN

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