PSD da Madeira defende que Portugal deve compensar a região se for excluído do corredor britânico

3 de Setembro 2020

Os deputados do PSD/Madeira defenderam esta quinta-feira que, se a Madeira for prejudicada pela eventual exclusão de Portugal do corredor aéreo do Reino Unido, na sexta-feira, a República deve compensar a região pelos prejuízos causados no setor do turismo.

“Caso se confirme a exclusão, caberá ao Governo da República compensar o setor do turismo da Madeira, reforçando os mecanismos de apoio, tal como já foi anunciado para o Algarve, num valor de 300 milhões de euros, perante a forte possibilidade desta situação gerar mais desemprego e falências neste setor da economia da Região Autónoma da Madeira”, afirmou o líder parlamentar social-democrata madeirense, Jaime Filipe Ramos.

Numa conferência de imprensa, o responsável da bancada do PSD na Assembleia da Madeira destacou a importância de Portugal manter o corredor aéreo britânico, mencionando que, “após a inclusão, em 20 de agosto, na lista de países em que não é exigida quarentena no regresso ao Reino Unido, o turismo inglês cresceu 64% na região”.

Jaime Filipe Ramos enfatizou que “o mercado britânico é dos mais importantes para a Madeira e a inclusão de Portugal nesse corredor aéreo criou expectativas nos empresários ligados ao setor do turismo”.

Contudo, face à eventualidade de o Governo britânico reverter esta situação devido ao aumento dos casos de covid-19 em Lisboa e voltar a excluir Portugal, uma decisão que deverá ser anunciada sexta-feira, faz o setor turístico ficar “apreensivo”, referiu.

O responsável do PSD/Madeira realçou que este retrocesso seria uma “situação será extremamente lesiva para o setor do turismo e para a economia em geral da região” e responsabilizou o Governo da República pelo que considera ser uma “incúria em termos de saúde pública”.

O líder parlamentar do PSD sustentou ser necessário fazer uma “diferenciação da situação epidemiológica nas diferentes regiões do país”, destacando que “a Madeira apresenta um quadro distinto, fruto da sua ultraperiferia e sobretudo das medidas de controlo implementadas pelo Governo Regional”.

Também realçou que esta foi uma preocupação que o Governo da Madeira já transmitiu às diferentes identidades portuguesas e britânicas, em cartas enviadas ao ministro do Negócios Estrangeiros português, aos embaixadores do Reino Unido em Portugal e de Portugal no Reino Unido, assim como ao secretário de Estado dos Transportes britânico.

“A Madeira é um destino seguro e isso é reconhecido além das fronteiras nacionais, mas a verificar-se essa decisão do Reino Unido, a nossa região será altamente penalizada, tendo em conta que a lista é feita numa lógica do país e não das regiões”, apontou Jaime Filipe Ramos.

De acordo com os últimos dados anunciados pelo Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAUDE), na quarta-feira, a região registava 42 casos ativos, contabilizando um cumulativo de 166 situações de Covid-19 confirmadas e 124 doentes recuperados.

A Madeira é a única região do país sem registo de óbitos devido ao novo coronavírus.

Esta pandemia da covid-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.827 pessoas das 58.633 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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