Novo presidente da Assembleia Geral da ONU quer reunião presencial sobre pandemia em novembro

16 de Setembro 2020

O novo presidente da Assembleia-Geral da ONU, Volkan Bozkir, anunciou na terça-feira a intenção de realizar em novembro uma cimeira sobre a pandemia da Covid-19, um encontro que deverá ser presencial, em Nova Iorque.

O antigo ministro turco, que tomou posse oficialmente na abertura da 75.º sessão anual da ONU, disse que o encontro especial da assembleia dedicado à pandemia está marcado para “a primeira semana de novembro”.

A data é no entanto contestada por vários diplomatas, que consideraram ser demasiado cedo para o encontro, numa altura em que o mundo, e em especial os Estados Unidos, continuam a lutar para travar a propagação da doença, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

Por essa razão, segundo as mesmas fontes, as negociações estão agora em curso para a primeira semana de dezembro, indicou a AFP.

Para Volkan Bozkir, que é a favor de retomar as reuniões presenciais na ONU, realizadas desde março sobretudo por videoconferência, esta sessão sobre a pandemia já devia ter ocorrido “em junho”.

“Enquanto as condições de saúde o permitirem, tenciono realizar reuniões presenciais na Assembleia-Geral”, acrescentou, apontando que a presença física é importante.

“Na nossa função [de diplomatas], não há alternativa às reuniões presenciais para construir uma compreensão a longo prazo das posições uns dos outros e forjar compromissos”, sublinhou.

Na próxima semana, Bozkir presidirá à reunião anual dos líderes mundiais na Assembleia-Geral da ONU, em formato principalmente virtual, com os chefes de Estado a proferirem discursos pré-gravados e a presença física de um diplomata de cada Estado-membro.

Durante a abertura do encontro anual, o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou que 2021 será “um ano crítico” para as Nações Unidas, defendendo a necessidade de reforçar “os sistemas de saúde”.

Perante diplomatas dos 193 países membros da ONU, Guterres advertiu contra os riscos do unilateralismo no combate à pandemia e apelou a um novo compromisso para a cooperação global, que permita igualmente a distribuição justa e equitativa de vacinas.

No discurso de despedida do cargo de presidente da Assembleia Geral da ONU, o nigeriano Tijjani Muhammad-Bande afirmou que o novo coronavírus mostrou a necessidade de aprofundar a cooperação multilateral no setor da saúde.

Os trabalhos da 75.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas começaram na terça-feira, em Nova Iorque, devendo prolongar-se até 22 de setembro.

Esta é a primeira vez na história da organização que o encontro se realiza em formato virtual, por causa da atual crise pandémica.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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