“Impulsionar o desenvolvimento financeiro, particularmente na intensificação da emissão de títulos de dívida” e “desenvolver intensamente a indústria da medicina tradicional chinesa” foram prioridades definidas pelo chefe do Governo, no último encontro em Hainão, no âmbito da cimeira de líderes de nove províncias chinesas, Macau e Hong Kong.
Nos diversos encontros mantidos esta semana, Ho Iat Seng tem afirmado a importância do território em diversificar a economia, uma necessidade que se tornou mais evidente com a crise turística e no setor do jogo causada pela pandemia de Covid-19.
“A epidemia veio expor as deficiências da indústria única de Macau, por isso, disse considerar necessário impulsionar o desenvolvimento da diversificação da economia”, pode ler-se num comunicado das autoridades em que o chefe do executivo se encontrou com o governador da província de Jiangxi, uma ideia reiterada na quinta-feira com o governador de Fujian.
Macau tem assumido a vontade de avançar com uma bolsa de valores e as autoridades têm salientado que a emissão dos títulos de dívida do Estado constitui um novo ponto de partida para o desenvolvimento das atividades de gestão de fortunas em Macau.
A possibilidade de Macau criar um bolsa de valores está também em sintonia com o papel que o território tem assumido enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, assim como para a prestação de serviços financeiros entre Pequim e o bloco lusófono.
Se em outubro, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações ‘verdes’ no valor de sete mil milhões de yuan (850 milhões de euros) em três moedas (dólar, euro e renmimbi) “que incluíram clientes lusófonos”, indicou à Lusa a instituição, agora a mesma entidade bancária emitiu 3,5 mil milhões de obrigações ‘azuis’.
No caso das obrigações ‘verdes’ a emissão de títulos de dívida serve para financiar projetos ‘amigos’ do ambiente, as ‘azuis’ são para desenvolver a economia marítima.
Quanto à outra prioridade definida por Ho Iat Seng, Macau conta já com um Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa, um dos projetos localizado na ilha de Hengqin, sendo que esta é uma aposta de Pequim para conquistar os mercados internacionais.
A estratégia de ‘exportação’ da Medicina Tradicional Chinesa para os países lusófono, utilizando também Portugal como porta de entrada para a Europa, tem sido, de resto, um dos eixos centrais de atuação para 2019 pelas autoridades de Macau.
A reunião de líderes do Pan-Delta do Rio das Pérolas é uma plataforma de cooperação regional criada em 2004, que integra os governos de nove províncias (Fujian, Jiangxi, Hunan, Guangdong, Guangxi, Hainão, Sichuan, Guizhou, Yunnan) e das duas regiões especiais chinesas de Hong Kong e Macau (9+2).
LUSA/HN
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