“No Conselho de Ministros da próxima quinta-feira, o Governo vai aprovar uma resolução que procede à reabertura de voos internacionais nos quatro aeroportos internacionais de Cabo Verde”, anunciou Ulisses Correia e Silva, sem no entanto avançar uma data para essa reabertura.
O primeiro-ministro falava, na cidade da Praia, durante o ato de tomada de posse do novo presidente do Conselho de Administração do Hospital Agostinho Neto, da assinatura de um protocolo entre o Ministério da Saúde e os laboratórios Inpharma, e anunciou algumas medidas ao país.
Cabo Verde está fechado a voos comerciais internacionais desde 19 de março, devido à pandemia de Covid-19, tendo inicialmente anunciado a retoma em 30 de junho, mas com o recrudescer de casos, tanto na Europa como nas ilhas, a retoma foi adiada para a segunda quinzena de agosto, mas não se concretizou.
Com a reabertura dos voos comerciais internacionais, Ulisses Correia e Silva disse que haverá um aumento de demanda dos testes, mas garantiu que o protocolo assiado com a Inpharma faz parte das condições que estão a ser criadas para dar resposta em tempo útil.
“Vamos reforçar a capacidade de realização de testes, reduzir o tempo de resposta aos testes, soluções rápidas de acesso aos resultados a preços mais baixos do que os praticados atualmente”, afirmou o chefe do Governo, anunciando que brevemente estará disponível uma plataforma digital para que as pessoas tenham resultado dos seus testes de forma rápida e imediata através do seu telemóvel.
Segundo o primeiro-ministro, as ilhas do Sal e da Boa Vista, as duas mais turísticas do país, já dispõem de centros Covid-19 e de serviços de saúde públicos e privados certificados internacionalmente, que as coloca em condições de abertura ao turismo.
“E é importante que, para isso, todos colaboram. As condições institucionais estão criadas, é preciso que os boavistenses e os salenses continuem a fazer um esforço adicional para mantermos muito baixo ou zerarmos os níveis de transmissão nessas duas ilhas e assim podermos brevemente reabrir essas duas ilhas ao turismo”, sustentou.
Enquanto o Sal tem neste momento nove casos ativos, de um total acumulado de 687, a Boa Vista, onde foi registado o primeiro caso a 19 de março, regista atualmente 11 doentes ativos, de 79 confirmados.
Grande parte da mensagem do primeiro-ministro foi dirigida à cidade da Praia, o principal foco da doença, com 3.861 casos acumulados e 40 óbitos, considerando ser “fundamental” ganhar o combate e baixar o ritmo de transmissão local.
“Isso depende de coisas simples, de regras, de comportamentos. Não é possível ter um polícia a vigiar cada cidadão. As instituições estão a fazer o máximo que podem, os profissionais de saúde estão a fazer o máximo que podem, o cidadão tem de fazer o máximo que pode”, pediu.
Entre esses comportamentos, o chefe do Governo instou as pessoas a usarem máscaras, lavar as mãos regularmente e fazer o distanciamento social. “É fundamental que os nossos comportamentos estejam à altura das exigências”, apelou Ulisses Correia e Silva.
O primeiro-ministro apelou igualmente a um “elevado sentido de responsabilidade”, chamou a atenção para o comportamento individual de cada cidadão e pediu que se leve a sério o cumprimento das regras e das normas sanitárias e de proteção individual.
“Mais do que nunca este é o momento de grande responsabilidade do cidadão. Não é momento de brincar com o vírus, o vírus mata pessoas e pode matar a economia”, alertou.
Cabo Verde tinha até segunda-feira um acumulado de 6.433 casos de Covid-19 desde 19 de março, dos quais 68 óbitos e 5.524 doentes recuperados.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e trinta mil mortos e mais de 35,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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