Pedro Pessoa e Costa reagia à polémica que envolveu a EPL, alvo do “desagrado” do Ministério da Educação angolano, que se mostrou “surpreso” com a decisão e as considerações da escola sobre as fragilidades do sistema de saúde angolano. No entanto, as autoridades de saúde angolanas louvaram a decisão.
“A medida foi certa, a comunicação talvez possa ser melhorada, até porque temos de estar sempre em comunicação e coordenação com as autoridades, sejam sanitárias, sejam do Ministério da Educação”, salientou o embaixador, à margem da inauguração de uma exposição no Centro Cultural Português, em Luanda.
“Talvez pelo facto de ter sido um comunicado longo, algumas entidades não tenham tido uma reação tão positiva face à suspensão das aulas presenciais”, referiu.
O diplomata considerou que a decisão em nada afeta a EPL e adiantou que já falou com a ministra da Educação sobre o tema.
A Escola Portuguesa de Luanda anunciou num comunicado, divulgado no sábado através da sua página da internet, que na primeira semana de regresso às aulas presenciais “um elevado número de alunos não compareceu”, revelando “insegurança por parte expressiva dos pais”, apesar de terem sido adotadas todas as medidas de segurança e prevenção, pelo que decidiu regressar ao regime não-presencial a partir de hoje.
Além disso, foi registado um caso positivo de infeção com o novo coronavírus de uma aluna da escola.
A decisão foi recebida com “surpresa e desagrado” pelo Ministério da Educação angolano que referiu, também em comunicado, que a decisão tomada pela instituição portuguesa não vincula o órgão governamental angolano, que atestou o cumprimento dos requisitos pedagógicos e de biossegurança na escola.
Na opinião do Ministério da Educação, o registo de um caso positivo de covid-19 numa aluna “não é elemento bastante para decidir suspender o regime misto, porquanto o protocolo do Governo português, e por extensão da EPL, não prevê encerramento de escolas à base de ter sido diagnosticado um caso ou dois de covid-19”.
A direção pedagógica da EPL referia ainda, no documento, que a evolução da situação epidemiológica no país, com um progressivo aumento do número de casos, bem como a debilidade de resposta em termos de assistência médica, foram fatores que pesaram na decisão.
Sobre esta observação, o Ministério da Educação de Angola considerou que, “não cabe à EPL emitir juízos de valor sobre o Sistema Nacional de Saúde”.
Angola regista 8.338 casos positivos, com 255 óbitos, 3.040 recuperados e 5.043 ativos.
LUSA/HN
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