Câmara do Porto quer medidas urgentes para travar propagação do vírus

4 de Novembro 2020

O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, defendeu esta quarta-feira que são precisas "medidas urgentes", como o incremento dos transportes públicos, para travar a propagação da Covid-19 que é na região "muito preocupante".

“Creio ainda assim que são precisas medidas urgentes, há coisas que são absolutamente necessárias fazer. O incremento dos transportes públicos, que julgo que hoje será anunciado, é uma medida relevante”, afirmou o autarca, à margem da apresentação de um livro no Porto.

Em declarações aos jornalistas, Moreira sublinhou que o transporte público é para a cidade do Porto e para a região “muito importante”, na medida em que há “muitas pessoas que não podem ficar confinadas em casa”, nem fazer teletrabalho.

O autarca do Porto mostrou-se ainda preocupado com as crianças que têm de utilizar os transportes públicos, classificando como positiva a decisão de reforçar estes serviços.

O independente não escondeu que os números de infetados com SARS-Cov-2, o vírus que provoca a covid-19, registados nas últimas semanas “são muito preocupantes” e demonstrou apreensão com a capacidade de resposta dos hospitais.

“A nossa maior preocupação é a capacidade que o sistema nacional de saúde possa ter para responder a este incremento de casos, é absolutamente necessário tentar conter a expansão da pandemia”, afirmou.

Para Moreira, é necessário perceber que não há um Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas um sistema nacional de saúde, pelo que o país deve contar com todos os profissionais, com os serviços públicos, mas também com os privados e as Instituições de Solidariedade Social (IPSS) “que neste momento são necessárias”.

Questionado sobre se considera que esta relação com os privados deveria ter sido mais aprofundada, o independente admitiu que esta contratualização podia ter sido antecipada.

“Eu julgo que está a ser aprofundada neste momento, julgo que porventura podia ter sido contratualizada mais cedo, mas isso, enfim, manda quem pode, obedece quem deve e, nesta matéria, acho muito mau que cada um de nós comece agora a pensar que podia ter sido feita outra coisa. Não vale a pena, estamos na situação em que estamos”, concluiu.

Moreira salientou que Portugal não pode voltar a confinar, apesar de esta ser para já a arma mais eficaz no combate a esta pandemia.

“A única coisa que até agora funcionou contra este vírus foi o confinamento, mas a verdade é que nós neste momento não podemos confinar o paÍs por razões que são por demais evidentes e, portanto, vamos ter de tentar navegar à vista, tentar conter as coisas e esperar que a situação não se agrave, o que está dependente também dos nossos comportamentos individuais e dependente de medidas que é preciso tomar ao nível da saúde, e que vão sendo tomadas”, disse.

O autarca participou hoje na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Palácio de Cristal, na sessão de apresentação do livro “O Estado de Portugal – Desafios Futuros”.

Com organização e prefácio de Francisco Mota, presidente da Juventude Popular, o livro é uma compilação de texto assinados por personalidades como Adolfo Mesquita Nunes, Adriano Moreira, Lino Maia ou Rui Moreira.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos em mais de 47,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.694 pessoas dos 156.940 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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