“Aceitando as restrições aplicadas a eventos familiares que, pela carga emocional inerente, poderão eventualmente constituir situações com um potencial risco elevado, a associação não compreende, no entanto, que o mesmo regime seja aplicado aos eventos corporativos, onde esse tipo de fatores de risco agravado não existe”, sustenta a associação em comunicado.
Reclamando “equilíbrio e proporcionalidade das medidas” tomadas pelo Governo e a “prevalência do bom senso tão advogada pelo primeiro-ministro”, a APHORT diz ter enviado ao executivo “um pedido de esclarecimento sobre o regime aplicável aos eventos corporativos nos concelhos sujeitos às novas medidas de restrição”, tomadas para combater a propagação da pandemia de Covid-19.
“Os eventos corporativos são importantes para os hotéis e para as empresas que os realizam. A sua proibição é um custo adicional e desnecessário, não só para os empresários do turismo, mas também para as empresas de outros setores. Em muitos casos, esta proibição poderá mesmo traduzir-se no empurrão final para o encerramento de muitos hotéis”, explica o presidente executivo da APHORT, citado no comunicado.
Para António Condé Pinto, os critérios que estão a ser utilizados pelo Governo nesta questão são incompreensíveis: “Não entendemos o raciocínio que define, por exemplo, que uma iniciativa cultural, como a apresentação de um livro, possa ser realizada num hotel apenas para cinco pessoas, mas se for numa casa de espetáculos essa limitação já não se verifique. Ou que uma empresa seja impedida de fazer uma apresentação de um produto à sua equipa, enquanto um partido político tem luz verde para fazer uma reunião com os seus militantes”, sustenta.
Segundo o dirigente associativo, “pela sua experiência e pelas condições que proporcionam, os hotéis são dos locais mais bem preparados para acolher a receção de eventos corporativos com toda a higiene e segurança que, neste momento, são exigidas”.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos em mais de 48,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 2.740 pessoas dos 161.350 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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