“Eliminar o cancro teria em tempos parecido um sonho impossível, mas agora temos instrumentos eficazes e baratos, baseados em provas, para tornar esse sonho uma realidade”, afirma, num comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O cancro do colo do útero é uma doença evitável. Também é curável se for detetado precocemente e tratado adequadamente. No entanto, é o quarto cancro mais comum entre as mulheres em todo o mundo.
A menos que sejam tomadas novas medidas, o número anual de novos casos deverá aumentar de 570 mil para 700 mil entre 2018 e 2030 e o número anual de mortes deverá crescer de 311 mil para 400 mil, adverte a OMS.
“Só podemos eliminar o cancro do colo do útero como um problema de saúde pública se combinarmos o poder dos instrumentos à nossa disposição com uma determinação inabalável de expandir a sua utilização à escala global”, salienta o responsável da OMS.
Os 194 membros da OMS comprometeram-se a eliminar o cancro do colo do útero, adotando uma resolução nesse sentido, na reunião anual da agência, realizada na semana passada.
“Este é um marco importante”, considerou, numa conferência de imprensa, a diretora-geral adjunta da OMS, Princess Nothemba Simelela. A representante da OMS acentua que “pela primeira vez, o mundo concordou em eliminar o único cancro que podemos prevenir com uma vacina, e o único cancro que é curável se for detetado a tempo”.
Até agora os três principais instrumentos contra o cancro do colo do útero (vacinação, rastreio e tratamento) têm sido amplamente utilizados na maioria dos países ricos, mas a situação não é a mesma no resto do mundo, em particular devido ao elevado custo da vacina.
A estratégia da OMS visa que 90% das raparigas sejam vacinadas contra o papilomavírus humano (a causa do cancro do colo do útero) até aos 15 anos de idade.
Também exige que 70% das mulheres sejam rastreadas aos 35 e 45 anos e que 90% das mulheres diagnosticadas com a doença sejam tratadas.
Se estas medidas forem implementadas com sucesso até 2030, os novos casos da doença poderão ser reduzidos em mais de 40% e o número de mortes em cinco milhões até 2050.
LUSA/HN
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