Resistência aos antibióticos pode matar 10 milhões de pessoas até 2050

17 de Novembro 2020

O consumo frequente e desnecessário de antibióticos por parte da população tem resultado na morte de milhares de pessoas. De acordo com a OMS a resistência de bactérias aos antibióticos pode chegar a matar 10 milhões de pessoas até 2050.

Para alertar médicos, farmacêuticos e a população em geral, a campanha “Responsabilidade é o Melhor Remédio” pretende aumentar o conhecimento sobre o impacto negativo que estes medicamentos podem ter na vida das pessoas quando são utilizados de forma incorreta.

Aliada à iniciativa a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) sublinha que a resistência aos antibióticos poderá aumentar o número de mortes. De acordo com Eurico Silva, “todos os anos morrem 700 mil pessoas devido à resistência aos antibióticos e o cenário pode complicar-se ainda mais no futuro, tal como mostram as previsões realistas e assustadoras da Organização Mundial de Saúde, que nos diz que se o consumo de antibióticos se mantiver nos números atuais, a resistência aos mesmos, e consequente falha no tratamento, vai ser responsável pela morte de 10 milhões de pessoas até 2050″.

“Importa ainda relembrar que, anualmente, morrem mais pessoas em Portugal devido a infeções associadas aos cuidados de saúde – falamos de bactérias resistentes – do que por acidentes de viação. O assunto é sério e muito preocupante e está na hora de fazermos alguma coisa para reverter esta situação. É tempo de sermos conscientes e alertar o familiar, o amigo ou o conhecido para este problema e tentar evitar o consumo de antibióticos de forma frequente e desnecessária porque, mais uma vez, relembramos que os antibióticos não são eficazes nas infeções causadas por vírus, situações onde costumam ser recorrentemente utilizados”, conclui.

Dados mostram que, por exemplo, 80% das dores de garganta são causadas por vírus, nas quais os antibióticos não são eficazes. Uma inflamação na garganta inclui sintomas como dor, vermelhidão,  inchaço e  calor, que podem durar entre 3 a 7 dias, devendo a pessoa melhorar após esse período.

A campanha de sensibilização surge numa altura em que se assinala o Dia Europeu do Antibiótico com o objetivo de sensibilizar a comunidade médica e a população em geral para a importância da utilização responsável dos antibióticos.

PR/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Cerca de 44 mil pessoas pessoas morreram em 2023 vítimas do VIH/sida em Moçambique

“Não queremos dizer que estamos satisfeitos com 44 mil mortes. Esses números preocupam-nos, principalmente os de pessoas que estão a morrer em resultado de não estarem a fazer tratamento e, se estão, não o fazem corretamente”, disse o secretário executivo do Conselho Nacional do Combate à Sida, Francisco Mbofana, em conferência de imprensa, antecipando o dia mundial da luta contra VIH/Sida, que se assinala anualmente em 01 de dezembro.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Fundador da Joaquim Chaves Saúde morre aos 94 anos

O farmacêutico Joaquim Chaves, fundador da Joaquim Chaves Saúde, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o grupo, afirmando que foi “referência incontornável na área da saúde” em Portugal.

MAIS LIDAS

Share This