A propósito da falta de condições em alguns equipamentos desse concelho do distrito de Aveiro para acolher profissionais e utentes com garantia do devido distanciamento físico e de segurança sanitária, Pedro Almeida explicou à Lusa em que fase estão as empreitadas de requalificação destinadas a assegurar a esses imóveis requisitos como circuitos de circulação distintos para utentes com diferentes sintomatologias.
“No Furadouro a obra ficou concluída esta quarta-feira, em São Vicente de Pereira arranca esta sexta-feira e Arada está sem previsão de início de empreitada”, diz à Lusa o responsável pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Vouga.
Pedro Almeida refere que todas essas intervenções terão financiamento da Câmara Municipal de Ovar, mas, adepto de “transparência sempre e acima de tudo”, já na primeira vaga da pandemia era crítico da recuperação das referidas extensões de saúde do Furadouro, São Vicente e Arada por considerar os edifícios “desatualizados” para as exigências atuais, e agora insiste no mesmo argumento quando a Lusa lhe pede uma avaliação geral às obras.
“Posso dizer que é um desperdício de dinheiro? Que mais valia fechar estes polos, porque só tornam as Unidades de Saúde Familiar [que os supervisionam] mais ineficientes, dada a dispersão de recursos e a exigência de termos mais pessoal a trabalhar para se fazer menos?”, questiona, num apelo à reflexão coletiva por parte da comunidade.
No mesmo espírito, o diretor do ACeS do Baixo Vouga afirma que, nos meses em que as extensões do Furadouro, São Vicente e Arada se mantiveram encerradas, nada foi prejudicado em termos “quantitativos” porque “toda a atividade que se poderia realizar em cada um desses espaços vem sendo efetuada” nas unidades que funcionam como sede, mas realça que a questão mais pertinente é outra. “Seria mais razoável saber o que é que se vai deixar de fazer por se reabrirem esses polos”.
Só no caso específico do polo do Furadouro, onde a requalificação terminou na quarta-feira, há que proceder a uma reorganização complexa e integrada para assegurar a reabertura do espaço ao público.
“Para reabrir vamos ter que desfazer horários de 25 trabalhadores, refazê-los, desmarcar consultas, remarcar consultas? Um inferno!”, explica Pedro Almeida.
Quanto à intervenção em São Vicente Pereira, que deve começar sexta-feira, a estimativa é que os trabalhos se prolonguem por um mês e depois haverá que proceder a idêntica reorganização.
No caso da extensão do Furadouro, que serve 1.200 utentes, e na de São Vicente, que atende dois mil, as empreitadas visam sobretudo a criação de circuitos seguros para resíduos hospitalares.
Já no que concerne a Arada, que também vinha acolhendo dois mil utentes, mas ainda está sem calendário de obras, o objetivo principal da empreitada será definir trajetos controlados não só para resíduos clínicos, mas também para circulação de pessoas.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,5 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 5.192 em Portugal.
LUSA/HN
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