Boris Johnson disse que o país está num “momento crítico” e que são necessárias medidas “fortes o suficiente” para travar o avanço da nova variante do coronavírus, considerada mais infecciosa.
“O governo está a dar instruções novamente para ficarem em casa. Só podem sair de casa por motivos restritos previstos na lei, como comprar bens essenciais, trabalhar se não o puder fazer de casa, fazer exercício, ter assistência médica, ou escapar a violência doméstica”, anunciou numa comunicação televisiva.
A reabertura das escolas e levantamento do confinamento a partir de 22 de fevereiro vai depender da redução do número de infeções e mortes, continuação do plano de vacinação, respeito das regras, que vão entrar em vigor na quarta-feira.
O Parlamento foi convocado para se reunir extraordinariamente na quarta-feira para aprovar as medidas a nível nacional.
O Reino Unido registou 58.784 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo diário e o sétimo dia consecutivo em que o número diário de casos ultrapassou cinquenta mil, e 407 mortes, para um total de 75.431 mortes desde o início da pandemia.
Nos últimos dias a média diária de casos aumentou 50% e de mortes 21% comparando com os sete dias anteriores.
Devido ao agravamento da situação epidémica, o governo britânico já tinha determinado um recomeço faseado das aulas em Inglaterra, mas tem estado sob pressão para manter as escolas fechadas por questões de segurança.
Uma sondagem da empresa YouGov divulgada na segunda-feira à tarde indicava que cerca de 79% das pessoas apoiavam fortemente (51%) ou de alguma forma (28%) a hipótese de confinamento e apenas 16% são fortemente (7%) ou um pouco (9%) contra.
Por outro lado, 69% dos britânicos pensam que o governo do Reino Unido está a fazer um péssimo trabalho relativamente às escolas, ao ter anunciado que as aulas iriam ser retomadas esta semana e dias depois recuar na medida.
Antes do anúncio, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, já tinha dito à BBC que o encerramento das escolas era “inevitável” e que o primeiro-ministro deve acelerar o programa de vacinação e assumir uma meta de quatro milhões de vacinas por semana até fevereiro.
“O vírus está fora de controlo. O sistema de níveis [de restrições] claramente não está a funcionar e todos nós sabemos que são necessárias medidas mais rígidas. (…) Se vamos pedir ao povo britânico que se sujeite a restrições nacionais duras – e pedimos porque isso precisa de acontecer imediatamente -, então o contrato precisa ser que o programa de vacinas seja avance o mais rápido possível”.
Starmer quer que comecem a ser administradas duas milhões de doses por semana em janeiro e o dobro em fevereiro.
Na sua comunicação, Boris Johnson, disse que as “expectativas realistas” dos serviços de saúde é, “se as coisas correrem bem e com o vento a nosso favor”, esperamos oferecer uma dose de uma vacina a todos as pessoas dos primeiros quatro grupos prioritários, ou seja, residentes e funcionários de lares de idosos, maiores de 70 anos, profissionais de saúde e pessoas de risco.
Se tal acontecer, será possível levantar “muitas das restrições”.
Um confinamento na Escócia a partir de terça-feira foi anunciado ontem pela chefe do governo autónomo, Nicola Sturgeon, determinando que as pessoas fiquem em casa, exceto por razões de força maior, para ajudar a aliviar a sobrecarga dos hospitais e unidades de cuidados intensivos.
“Estou mais preocupada com a situação que enfrentamos agora do que em qualquer momento desde março do ano passado”, justificou.
As outras regiões britânicas, Irlanda do Norte e País de Gales, que também têm autonomia em termos de política de saúde, já tinham iniciado confinamentos após o Natal.
LUSA/HN
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