“A Comissão está em estreito contacto com as autoridades portuguesas e está pronta a prestar o apoio necessário, se solicitado”, afirmou a mesma fonte comunitária, quando questionada pela Lusa sobre uma eventual ajuda europeia a Portugal.
Ainda assim, a fonte garantiu que ainda não houve “qualquer pedido formal de Portugal”.
Existem, ao nível da União Europeia (UE), vários mecanismos para prestar assistência aos países que atingem a saturação dos seus sistemas de saúde devido à pandemia de Covid-19 e que já foi usado por Estados-membros como a Bélgica ou Itália, nomeadamente o Instrumento de Apoio de Emergência, que financia o transporte de equipas médicas e de doentes, cobrindo ‘a posteriori’ até 100% dos custos.
Outro dos instrumentos é o das reservas médicas da UE, que permite a entrega rápida de equipamento médico como ventiladores e equipamento de proteção pessoal, também coberto na totalidade pela Comissão Europeia.
Acresce, ainda, o Mecanismo de Proteção Civil da UE, através do qual o executivo comunitário coordena as ofertas de assistência e de solidariedade feitas por outros Estados-membros, de materiais como máscaras, equipamentos de proteção, entre outros.
Na quarta-feira, a Embaixada da Alemanha em Lisboa confirmou à Lusa que está em curso “um diálogo” entre os Governos alemão e português sobre “um possível apoio alemão” aos esforços de Portugal para ultrapassar a atual crise sanitária da covid-19.
“A Embaixada da Alemanha em Lisboa confirma que existe um diálogo em curso entre os Governos alemão e português no que diz respeito a um possível apoio alemão aos esforços portugueses para ultrapassar a atual crise sanitária”, indicou fonte oficial da representação diplomática alemã na capital portuguesa numa breve declaração por escrito.
Fonte do Ministério da Defesa português disse depois à Lusa que os governos de Lisboa e Berlim estão a avaliar a possibilidade de transferência para a Alemanha de alguns doentes não-covid que precisem de cuidados intensivos, a fim de libertar camas.
Já segundo fonte oficial do Hospital Amadora-Sintra, citada pela Lusa, um pequeno grupo de médicos militares alemães esteve na quarta-feira naquela unidade hospitalar para avaliar o possível auxílio às unidades hospitalares da área metropolitana de Lisboa em termos logísticos e de equipamento no combate à pandemia.
Entretanto, numa entrevista dada na segunda-feira à RTP, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que o Governo estava a “acionar todos os mecanismos” à sua disposição a nível internacional, face à situação da pandemia, com o objetivo de garantir a melhor assistência aos doentes de Covid-19.
Foi conhecido no dia seguinte que a Câmara de Torres Vedras tinha solicitado ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a ativação de ajuda internacional para reforçar o hospital local com cinco médicos e 10 enfermeiros face à evolução da pandemia da doença Covid-19 naquele concelho.
Já esta quarta-feira de manhã, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu a necessidade de profissionais e de material, indicando que o recurso ao mecanismo de cooperação europeu para apoiar no combate à pandemia estava a ser equacionado pelo Governo português, mas que ainda não tinha sido “formalizado completamente”.
LUSA/HN
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