“A situação está longe de estar sob controle”, explicou o presidente do RKI, Lothar Wieler, referindo-se às três variantes que considera preocupantes – as que foram inicialmente detetadas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil – avisando que “de uma forma geral, o SARS-Cov-2 tornou-se mais perigoso”.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, mostrou-se sensível aos alertas dos especialistas e disse ser essencial “não permitir a difusão dinâmica” das novas variantes.
Jens Spahn defendeu que, apesar da diminuição no número de novas infeções diárias, as medidas de contenção na Alemanha devem permanecer, “para evitar o impacto que se tem observado, por exemplo, em Portugal ou na Irlanda”, referindo-se a países com situações epidemiológicas graves.
A variante do novo coronavírus mais difundida neste momento na Alemanha – verificada em 13 dos 16 estados federados – é a que foi detetada no Reino Unido, que os especialistas do RKI consideram ser “mais infecciosa” e que, segundo as primeiras indicações, pode conduzir a uma evolução mais grave da doença.
Com as unidades de cuidados intensivos ainda com números elevados de pacientes, a Alemanha vai manter medidas de contenção decretadas em dezembro até 14 de fevereiro, pelo menos, embora o ministro da Saúde admita que, no final de fevereiro, seja possível começar com o processo de desconfinamento.
“Embora ainda tenhamos semanas difíceis pela frente, estamos a caminho de uma saída para esta pandemia, e estamos a trilhar esse caminho de forma determinada, mas cautelosa”, sublinhou Spahn.
Em relação à campanha de vacinação, o ministro informou que já foram administradas quase três milhões de doses e cerca de 800 mil pessoas já receberam a segunda, o que equivale a 01% da população.
Spahn lembrou que, a partir deste fim de semana, estará disponível na Alemanha uma terceira vacina, a da AstraZeneca, que se juntará às da BioNTech e da Moderna, duplicando o número de vacinações previstas para fevereiro.
O ministro da Saúde alemão também confirmou que, na segunda-feira, entrará em vigor o reajuste do plano de vacinação, que mantém a mesma ordem de prioridade, mas contempla a aplicação da vacina AstraZeneca principalmente em adultos entre os 18 e os 64 anos, por recomendação da Comissão Permanente de Vacinação.
“Ainda teremos algumas semanas difíceis, em termos de falta de vacinas”, reconheceu o ministro, para justificar a necessidade de um planeamento cuidadoso nesta fase do processo de vacinação.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.285.334 mortos resultantes de mais de 104,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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