Segundo adiantou à Lusa o presidente dessa autarquia do distrito de Aveiro, a experiência é tutelada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e será coordenada pelo Agrupamento de Centros de Saúde da Feira e Arouca, que já na próxima semana arrancará com uma primeira simulação de rasteio urgente a uma zona habitacional com “300 a 400 pessoas”.
“Os resultados que obtivermos vão permitir avaliar as vantagens e dificuldades desta testagem massiva quando se verificar uma situação de surto num determinado espaço geográfico ou laboral, e, com base nesses dados, o projeto-piloto ajudará o resto do país a implementar uma estratégia idêntica para contenção mais imediata do vírus”, declara Emídio Sousa.
Monitorizado por georreferenciação para maior controlo populacional, o local escolhido para essa primeira experiência de diagnóstico urgente será Mozelos, o que o presidente da Câmara justifica com o facto de essa localidade vir apresentando um número elevado de infetados pelo vírus SARS-CoV-2, “dado que é uma das freguesias com mais indústria em todo o concelho”.
Na sexta-feira uma equipa afeta ao projeto já estará em campo a contactar os habitantes de um grupo específico de ruas, para lhes dar a conhecer a iniciativa, prestar esclarecimentos prévios e garantir que, no próximo dia 03 de março, esses utentes estarão em casa ou num local de trabalho próximo para realizarem o devido teste de antigénio.
“Feito o exame, as pessoas vão ficar logo fechadas em casa como se estivessem em confinamento e 15 minutos depois recebem o resultado, para saberem se estão infetadas ou não, e seguirem as regras de isolamento”, explicou o autarca Emídio Sousa.
Com essa atuação em massa, o objetivo é garantir “uma resposta muito mais rápida e eficiente logo que seja identificado um novo foco de Covid-19 numa fábrica, numa empresa ou num prédio de habitação”, na perspetiva de que “é preferível levar os profissionais de saúde às pessoas, mal se saiba do surto, do que esperar que sejam elas a deslocar-se aos locais convencionais de teste, o que demora sempre mais tempo, implica viagens e, no entretanto, sujeita mais gente ao risco de infeção”.
A equipa que conduzirá a experiência será constituída por elementos do Agrupamento de Centros de Saúde, da Câmara Municipal e dos serviços de Proteção Civil, devendo envolver, no primeiro dia de teste, “cerca de 20 profissionais”.
Emídio Sousa realçou que essas três estruturas já estão habituadas a trabalhar “numa estritíssima colaboração” e acredita que esse terá sido, aliás, um dos aspetos a motivar a inclusão de Santa Maria da Feira no projeto-piloto.
“Não há hipótese de se realizar uma operação desta dimensão e com este grau de exigência sem que todos os parceiros estejam de facto em grande sintonia”, concluiu o autarca social-democrata.
O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de Covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 111 milhões de pessoas em todo o mundo, tendo originado mais de 2,466 milhões de óbitos.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 02 de março, a Direção-Geral da Saúde confirmou hoje um acumulado de 16.023 mortes entre os 798.074 infetados pelo vírus SARS-CoV-2.
LUSA/HN
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