Os barcos ancoraram em portos da Grécia continental devido a uma greve de 48 horas, marcada para hoje e quarta-feira, a pedido do Sindicato dos Mecânicos de Navios (Pemen), afetando as ligações marítimas com as ilhas, informou a polícia portuária.
Num comunicado de imprensa, o sindicato pede mais proteção para os desempregados de longa duração e o aumento dos subsídios de desemprego e dos salários.
O sindicato também denuncia “o aumento do (recurso ao) trabalho clandestino” nos últimos meses e os défices “significativos” do fundo de segurança social desta categoria profissional e pede “medidas de repatriação de milhares de marinheiros” atracados noutros países devido à pandemia.
Ao mesmo tempo, centenas de médicos hospitalares manifestaram-se em Atenas e outras cidades, depois de o seu sindicato, a Federação Oenge, ter convocado hoje uma greve de 24 horas.
“Não se aproveitem da pandemia para comprometer os nossos direitos sociais”, avisou a Oenge num comunicado.
“Apoiem os trabalhadores de saúde”, dizia uma faixa exibida em frente ao Ministério da Saúde em Atenas, onde hoje se concentravam cerca de 400 cuidadores, segundo as autoridades policiais.
Os médicos pedem “contratações massivas” e “requisição de clínicas privadas” para fazer face ao “aumento das necessidades” sanitárias na Grécia, especialmente nos hospitais de Ática, região de Atenas, a mais afetada pela pandemia de Covid-19.
Mais de 85% das vagas nas unidades de reanimação em Ática estão ocupadas, de acordo com especialistas.
Em confinamento rigoroso há mais de três meses, a Grécia, que tem 10,7 milhões de habitantes, foi particularmente afetada pela segunda vaga da pandemia, tendo registado até agora 6.300 mortes, a maioria das quais nos últimos meses.
O Governo grego tem repetido a mensagem de que fortaleceu os serviços de saúde, que sofrem de falhas endémicas, contudo, segundo os sindicatos, o orçamento destinado à saúde não é suficiente e está em níveis inferiores aos de outros países europeus.
Lusa/HN
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