Hospital de Santarém vai retomar gradualmente atividade regular

26 de Fevereiro 2021

O Hospital de Santarém vai começar, gradualmente, a retomar a atividade regular, dada a redução da pressão sentida devido à covid-19, permitindo “dar resposta à procura crescente de doentes não covid”.

Em comunicado, a administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS) afirma que a decisão decorre da diminuição do número de camas em enfermaria para doentes infetados com o novo coronavírus.

O diretor clínico do HDS, Paulo Sintra, afirma, na nota, que em 2020 foi possível manter a resposta “em todas as áreas mais sensíveis”, salientando que “todos os tratamentos a doentes oncológicos e crónicos foram realizados ou reagendados dentro dos tempos tidos como seguros”.

“Tanto a radioterapia, como a quimioterapia e, especialmente, a cirurgia de doentes oncológicos mantiveram níveis de excelência”, refere.

Paulo Sintra afirma que o hospital conseguiu recuperar os indicadores que “no pior período da pandemia (…) caíram para valores preocupantes”, dando como exemplo a percentagem de doentes oncológicos tratados dentro do tempo máximo de resposta garantido, que em janeiro de 2020 se situava nos 77%, em junho de 2020 tinha caído para 46% e em dezembro havia recuperado para 83%, tendo como objetivo atingir os 95% ainda este ano.

O diretor clínico do HDS realça o empenho dos profissionais de saúde, bem como a “articulação em rede, recebendo e enviando doentes de e para diferentes pontos do país”, medida que permanece na área da Saúde Mental.

A nota salienta que, em 2020, o HDS realizou 132.228 consultas, reduzindo o tempo médio de espera por consulta dos 151 dias em junho de 2020 para os 96 dias em dezembro de 2020, tendo apenas 10% das suas consultas em espera com mais de nove meses.

Quanto às cirurgias, o HDS afirma que foram realizadas 6.017, “permitindo recuperar a mediana de tempo de espera para cirurgia de 6,8 meses para 5,2 meses”.

O diretor clínico do HDS aponta como “um dos grandes objetivos” aumentar a atividade com doentes não covid, nomeadamente daqueles considerados não prioritários, recuperando áreas como a cirurgia de ambulatório.

Paulo Sintra refere a intenção de continuar o encaminhamento de doentes não graves do Serviço de Urgência para os Centros de Saúde, processo iniciado há um ano, “com a intenção, entre outras, de alocar os recursos humanos a outras áreas de tratamento hospitalar”.

“Pretende-se, ainda, fazer o acompanhamento a médio e longo prazo dos doentes covid por equipa multidisciplinar constituída por clínicos das especialidades de Medicina Interna, Pneumologia, Cardiologia, Fisiatria e Infeciologia, num esquema de One Day Clinic, em que os doentes serão observados, examinados e orientados durante um dia de permanência no HDS”, acrescenta.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.498.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,5 milhões de casos de infeção.

Em Portugal, morreram 16.185 pessoas dos 801.746 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Sónia Dias: “Ciência da Implementação pode ser catalisador para adoção de políticas baseadas em evidências”

Numa entrevista exclusiva ao Healthnews, Sónia Dias, Diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA), destaca a criação do Knowledge Center em Ciência da Implementação e o lançamento da Rede Portuguesa de Ciência da Implementação como iniciativas estratégicas para “encontrar soluções concretas, promover as melhores práticas e capacitar profissionais e organizações para lidarem com os desafios complexos da saúde”

MAIS LIDAS

Share This