“Os profissionais de saúde estão na linha da frente e este número de doses que recebemos é para podermos vacinar a todos eles que estão a trabalhar neste momento a nível da cidade de Maputo”, disse Sheila Santana, secretária de Estado na cidade de Maputo, durante a receção das vacinas no Depósito Municipal de Medicamentos, nos arredores da capital.
Segundo a governante, o processo de vacinação na capital vai contar com 52 técnicos, distribuídos em 18 centros e unidades hospitalares dos sete distritos municipais da cidade de Maputo.
“Iniciou hoje a formação dos técnicos a nível da cidade. Nós já estamos organizados e aguardamos o plano e orientações que vamos receber do Ministério da Saúde para iniciar o processo de vacinação”, declarou Sheila Santana.
De acordo com a secretária de Estado, as vacinas vão ser distribuídas pelas unidades de saúde da capital a partir de quarta-feira.
A cidade de Maputo, que vive em recolher obrigatório noturno desde fevereiro, concentra o maior número acumulado de casos de infeção, 25.182, do total acumulado de 59.350 registados no país, dos quais 69% estão recuperados.
Moçambique tem ainda um total de 641 óbitos por Covid-19.
Cerca de 60% do primeiro lote de 200 mil vacinas que Moçambique recebeu da China são destinadas aos profissionais de saúde moçambicanos que estão na linha da frente no combate à Covid-19, segundo informações do Ministério da Saúde.
Dados oficiais indicam que desde março, quando foi registado o primeiro caso em Moçambique, pelo menos 2.805 profissionais de saúde foram infetados e, deste grupo, 22 morreram.
No plano de vacinação, que deverá ser lançado oficialmente nos próximos dias, o Governo moçambicano pretende também dar prioridade a outros grupos expostos, com destaque para a polícia.
Moçambique recebeu da China um total de 200 mil doses da vacina Verocell, incluindo seringas, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinopharm.
Trata-se do primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 no país, que também aguarda pela sua parte no âmbito do mecanismo internacional Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em janeiro, o país registou mais casos e mortes que em todo o ano de 2020, elevando para mais de 300 o número de internamentos, pressionando o sistema de saúde.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.531.448 mortos no mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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