O protesto estava marcado para as 15:30, mas cedo começaram a ser colocadas faixas no muro e nas escadas junto à câmara, quer com o nome do movimento, quer com frases como “Mais panelas e menos tachos” ou “Igualdade empresarial” e “Também somos cultura”.
Em baixo, de frente para a estátua de Almeida Garrett, começaram aos poucos a chegar pessoas de vários setores económicos, com cartazes e t-shirts exibindo frases como “Socorro temos contas para pagar”, “Basta”, “Chega, queremos trabalhar”, “Andam a adiar a nossa morte” ou “SOS cabeleireiros”, entre muitas outras.
Cerca das 15:45 eram já algumas centenas no protesto de um movimento que inicialmente agregava empresários da restauração, comércio, hotelaria e eventos, mas entretanto viu outros setores juntarem-se, como cabeleireiros, comércio de rua e trabalhadores independentes.
Em declarações aos jornalistas, Miguel Camões, um dos representantes do movimento disse que existe “empresas no fio da navalha” e lamentou a falta de apoios.
“Reivindicamos a abertura imediata do pequeno comércio de rua, como cabeleireiros, barbeiros, salões de beleza e livrarias”, acrescentou.
Esperançoso de que o Governo olhe para este “apelo por socorro” e opte por um “desconfinamento com regras mas que não deixe a economia nacional morrer”, Miguel Camões lembrou também que alguns setores, como discotecas e bares, estão encerrados há um ano.
No texto distribuído aos jornalistas, o movimento pede a permissão imediata de venda de bebidas em regime take-away, atribuição de ‘lay-off’ simplificado a 100% em vez de 80%, com efeitos retroativos desde março de 2020, e a atribuição de linhas de crédito sem juros, pelo recém-criado Banco do Fomento, semelhantes ao mecanismo que o Turismo de Portugal já utiliza para apoiar as tesourarias das empresas em dificuldades, entre outras medidas.
O Movimento a Pão e Água já tinha escolhido este palco antes para se concentrar e reivindicar medidas.
A 13 de novembro, num protesto que juntou cerca de mil empresários, chegaram-se a viver momentos de tensão entre os manifestantes e as forças de segurança.
Hoje, o burro Óscar, um animal trazido de Miranda do Douro à manifestação pelo seu proprietário Carlos Valente que diz “já não ter dinheiro para comprar palha”, foi alvo de atenções e “pousou” ao lado de dois bonecos semelhantes aos cabeçudos das romarias, cujas caras em fotografias eram as do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa.
No “palco” improvisado ao longo da tarde estão previstas várias intervenções. Nos intervalos o ‘dj’ pede aos presentes para manterem a máscara colocada, bem como distanciamento de pelo menos dois metros.
LUSA/HN
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