A AbbVie anunciou resultados do ensaio Heads Up, um estudo de Fase 3b, que demonstram que upadacitinib (30 mg, toma diária única) atingiu superioridade relativamente a dupilumab (300 mg, em semanas alternadas) no objetivo primário – percentagem de doentes com melhoria de pelo menos 75 por cento no Eczema Area Severity Index (EASI 75) à semana 16 – em adultos com dermatite atópica moderada a grave.
Dos doentes tratados com upadacitinib, 71 por cento atingiram EASI 75 à semana 16, comparativamente com 61 por cento dos doentes tratados com dupilumab (p=0,006). Upadacitinib também mostrou superioridade comparativamente com dupilumab em todos os objetivos secundários principais, incluindo nas avaliações adicionais do estado da pele e diminuição do prurido.
O estudo Heads Up avaliou a eficácia e segurança de upadacitinib comparativamente com dupilumab em adultos com dermatite atópica moderada a grave que são candidatos a terapêutica sistémica. Os doentes foram aleatorizados para receber upadacitinib ou dupilumab, ambos em monoterapia, durante 24 semanas.
“Com a entrada numa nova era de terapêuticas avançadas no tratamento da dermatite atópica, estudos comparativos como este serão importantes para ajudar os profissionais de saúde a compreender as diferenças nas terapêuticas”, afirmou Michael Severino, vice-presidente executivo da AbbVie. E continua: “Estes resultados vêm juntar-se ao número crescente de dados que sustentam a utilização de upadacitinib na dermatite atópica, e que se encontra atualmente em processo de avaliação pelas autoridades de saúde.”
Os resultados dos objetivos secundários principais mostraram uma eficácia superior em termos de melhoria antecipada no prurido e no estado da pele nos doentes tratados com upadacitinib, comparativamente com os doentes tratados com dupilumab. Após uma semana de tratamento, o grupo a receber upadacitinib apresentava uma redução de 31 por cento no prurido (avaliado pela escala numérica de classificação de prurido [NRS]), comparativamente com 9 por cento no grupo de dupilumab (p<0,001). A melhoria no prurido manteve-se à semana 16. Adicionalmente, após duas semanas de tratamento, 44 por cento dos doentes tratados com upadacitinib atingiram resposta EASI 75, comparativamente com 18 por cento dos doentes tratados com dupilumab (p<0,001).
O perfil de segurança de upadacitinib foi consistente com o observado nos estudos principais de Fase 3, Measure Up 1, Measure Up 2 e AD Up. À semana 16, os acontecimentos adversos mais frequentes foram acne no grupo de upadacitinib e conjuntivite no grupo de dupilumab. Ocorreram acontecimentos adversos graves em 2,9 por cento dos doentes tratados com upadacitinib e 1,2 por cento dos doentes tratados com dupilumab. As infeções graves foram pouco frequentes em ambos os grupos (1,1 por cento nos doentes tratados com upadacitinib e 0,6 por cento nos doentes tratados com dupilumab). Foi registado um óbito decorrente da terapêutica devido a broncopneumonia associada a infeção por influenza A num doente tratado com upadacitinib. Não foram notificadas neoplasias no grupo de upadacitinib; foi notificado um cancro de pele não melanoma no grupo de dupilumab. Não foram notificados acontecimentos adversos cardíacos major nem acontecimentos tromboembólicos venosos em nenhum dos grupos terapêuticos.
Os resultados completos do estudo Heads Up serão apresentados numa publicação submetida a revisão por pares. A utilização de upadacitinib na dermatite atópica não está aprovada e a sua segurança e eficácia ainda não foram avaliadas pelas autoridades regulamentares.
PR/HN/RA
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