Associações de doentes defendem acesso generalizado aos testes rápidos

10 de Março 2021

O atrasado na vacinação e o arranque previsto de desconfinamento leva várias associações de doentes a pedir o acesso generalizado aos testes rápidos de antigénio.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), com o apoio de várias associações de cidadãos com doença e outras individualidades de relevo na área da saúde, incluindo autarcas lançaram esta quarta-feira uma petição de maior acesso aos testes.

Numa altura em que o país assiste a atrasos nos planos de vacinação e a uma reabertura as associações defendem que os testes rápidos permitem maior controlo da pandemia. A petição sugere a implementação de duas medidas: a venda sem prescrição médica obrigatória dos testes rápidos de antigénio para o SARS-CoV2, preferencialmente os de saliva, e a oferta semanal de um teste rápido de antigénio por pessoa, através do Centro de Saúde, da Junta de Freguesia ou de organizações de base comunitária.

De acordo com o presidente da APDP, José Manuel Boavida, os testes rápidos de antigénio são “um complemento necessário para a implementação de uma estratégia nacional eficaz de combate à pandemia da covid-19, permitindo um desconfinamento mais seguro. Os testes rápidos de antigénio, ao contrário dos laboratoriais, dão resultados em minutos, são de fácil utilização e com um custo 12 a 20 vezes inferior”.

Para a APDP o exemplo de sucesso da Alemanha, onde o Governo facilitou o acesso dos testes rápidos à população, é paradigmático da vontade das pessoas em quererem defender-se e proteger autonomamente. “Na Suíça, são fornecidos à população cinco testes rápidos por mês. Na Inglaterra, dois por semana. Na Alemanha, um por semana! E em Portugal?”, questiona José Manuel Boavida.

De resto é a própria Comissão Europeia que recomenda aos Estados Membros o alargamento do uso dos testes rápidos de antigénio para conter a propagação da covid-19, método já usado também na Assembleia da República.

“Se queremos que os cidadãos sejam verdadeiros agentes de saúde pública, temos de lhes dar as ferramentas para ajudar. As pessoas infetadas devem ser identificadas e isoladas o mais depressa possível e tal só será conseguido com testes rápidos e baratos à escala populacional. Como a História da insulinoterapia já comprovou, assim como os testes da sida e da gravidez, não há motivo nenhum para que as pessoas não possam aprender a testar-se, contactando o SNS 24 ou o seu médico de família, sempre que o resultado seja positivo”, conclui o presidente da APDP.

A petição conta já com vários subscritores que são representantes de associações de cidadãos com doença, médicos e autarcas.

PR/HN/Vaishaly Camões

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