Cerca sanitária de Rabo de Peixe levantada e Ribeira Grande em alto risco de transmissão

11 de Março 2021

O Governo dos Açores decidiu esta quinta-feira levantar a cerca sanitária na vila de Rabo de Peixe, que vigorava desde 15 de janeiro, devido à Covid-19, mas aumentou as medidas de contenção no concelho da Ribeira Grande para "alto risco".

“Considerando que a quase totalidade dos novos casos registados ocorreu fora do perímetro da cerca existente em Rabo de Peixe, foi determinado o levantamento da cerca”, avançou hoje o secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, na ilha do Corvo.

Foram detetados hoje nos Açores 34 novos casos positivos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença Covid-19, todos na ilha de São Miguel, dos quais 26 no concelho da Ribeira Grande e, destes, 25 na vila de Rabo de Peixe.

A cerca sanitária, que foi instalada em 15 de janeiro em toda a vila de Rabo de Peixe, tinha já sido reduzida por duas vezes, vigorando atualmente apenas numa zona da localidade.

Questionado sobre a possibilidade de alargamento do perímetro da cerca, face ao aparecimento de 25 novos casos na vila de Rabo de Peixe, Clélio Meneses disse que foi entendimento da Comissão de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia nos Açores que “não era necessário ou adequado”, até porque a maior parte destas pessoas aceitou cumprir isolamento em alojamentos disponibilizados pelo executivo açoriano.

“Foi um dos fatores que levou a não determinar a cerca. Dos casos novos fora da cerca 15 já estão isolados, sem possibilidade de contacto, e dos outros ficaram garantias de que cumprirão as regras de isolamento, de confinamento e de proibição de contactos”, justificou o governante.

“Não é possível obrigar e impor o isolamento em alojamento noutros locais que não a residência dos próprios. Depende da vontade dos próprios”, acrescentou.

Clélio Meneses rejeitou, no entanto, que a decisão tenha sido tomada por pressão da sociedade.

“Este Governo Regional, nomeadamente na área da Saúde, não age sobre pressão. Não é por mais pressão que se faça em termos sociais, políticos ou mediáticos que tomamos esta ou aquela decisão. Todas as decisões são tomadas apenas e só de acordo com critérios sanitários de saúde pública”, frisou.

O governante deixou uma “palavra de apreço” à população “sacrificada neste período”, por ter estado sujeita às medidas da cerca sanitária, mas apelou a que tenha “cuidado na sua conduta social, familiar e relacional”.

“Foi uma medida necessária, responsável e exigida pelas circunstâncias epidemiológicas que assim o determinaram”, sublinhou.

Apesar do levantamento da cerca, “vão manter-se as equipas multidisciplinares de apoio à população de Rabo de Peixe e vai prosseguir o projeto de apoio educativo presencial para as crianças de Rabo de Peixe que continuam em ensino à distância”, garantiu o secretário regional.

Com o levantamento da cerca sanitária e com o aumento de novos casos de infeção, as medidas restritivas da Ribeira Grande aumentam de “médio risco” para “alto risco”, a partir das 00:00 de sábado.

“Muitas vezes o que acontece é que nas localidades vizinhas de onde existe o problema poderá acontecer a propagação do vírus, por isso é entendido fazer uma medida mais alargada que é neste casos estendida ao concelho da Ribeira Grande”, adiantou Clélio Meneses.

Os Açores têm atualmente 80 casos ativos de infeção, sendo 71 em São Miguel, sete no Pico e dois na Terceira.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 3.965 casos, tendo ocorrido 3.749 recuperações e 29 óbitos. Saíram da região sem terem sido dadas como curadas 67 pessoas e 40 comprovaram cura de anterior infeção.

Lusa/HN

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